ORGULHO & PRECONCEITO DE JANE AUSTEN
por Sérgio Cortêz

O clássico “Orgulho e Preconceito”, de autoria da escritora britânica Jane Austen e publicado pela primeira vez no distante ano de 1813, poderia ser sintetizado da seguinte forma: “o amor é um sentimento maior capaz de superar as imperfeições humanas”. Porém, existe a história, os costumes, as leis e as tradições da época e, notadamente, a profundidade de suas personagens, com todas as humanidades que nos são peculiares até os dias de hoje e que fazem do romance uma obra atemporal.
* A Autora

Jane Austen nasceu em Steventon (Inglaterra) no dia 16 de dezembro de 1775. Suas origens e o próprio ambiente no qual cresceu influenciaram de forma marcante as obras que escreveu ao longo da vida – não obstante, textos notáveis que merecidamente situam-se entre os grandes clássicos da literatura britânica e que até hoje gozam de inexorável aceitação por parte do público, da crítica e do meio acadêmico.
Jane Austen começou a escrever “Orgulho e Preconceito” após o êxito de seu primeiro romance, “Razão e Sensibilidade”, que chegara às livrarias em 1811. Empolgada com a boa recepção da obra, pôs-se a trabalhar nos originais de “Orgulho e Preconceito” – lançado dois anos depois, em 1813. Na sequência, enquanto seu segundo trabalho tornava-se objeto do desejo de inúmeros leitores, escreveu os não menos consagrados “Mansfield Park” (cujos exemplares esgotaram-se seis meses após o lançamento, em 1814) e “Emma” (publicado pela primeira vez em 1815).
Munida de ideias à frente de seu tempo, Jane Austen fez uso de diferentes personagens dos seus romances na defesa de uma educação mais liberal para as mulheres inglesas da época, muitas vezes excluídas de uma série de direitos e benefícios restritos aos homens. A autora não escondia seu anseio pelas mudanças que garantiriam a essas mulheres um futuro mais favorável no contexto de uma convivência conjugal.

* As Versões De “Orgulho e Preconceito”
“Orgulho e Preconceito” sateliza-se nas questões morais envolvendo as cinco irmãs da família Bennet, que busca emergir da aristocracia rural na Inglaterra ao final do século XVIII. Para tanto, era imprescindível que Jane, Elizabeth, Lydia, Mary e Kitty Bennet se casassem tão logo fosse possível, não lhes faltando encorajamento por parte da mãe, a Sra.Bennet, ávida por garantir a posse do patrimônio da família que, desprovida de um herdeiro (o casal Bennet tivera somente filhas), evitaria através do matrimônio uma possível condição de miséria.

Todavia, Elizabeth Bennet almejava algo diferente, uma existência que deveria ir muito além da simples dedicação a um marido, postura que contrariava os anseios de sua mãe, mas que contava com o apoio de seu pai. Não obstante, as coisas começam a mudar quando Elizabeth conhece o belo e abastado Sr. Darcy, cujo meio social despreza e busca não se aproximar da realidade de vida da família Bennet. Nesse contexto, somente o amor poderá sobrepujar o orgulho de Elizabeth e o preconceito social de Fitzwilliam Darcy.
Lançado nos Estados Unidos em setembro de 2005 e aclamado por crítica e público, a versão cinematográfica mais recente de “Orgulho e Preconceito” foi dirigida por Joe Wright e trazia em seu elenco principal Keira Knightley (como Elizabeth Bennet), Matthew Macfadyen (Sr.Darcy), Rosamund Pike (Jane Bennet), Brenda Blethyn (Sra.Bennet), Donald Sutherland (Sr.Bennet) e Judi Dench (Lady Catherine De Bourgh). O filme concorreu a quatro prêmios Oscar e faturou mais de 120 milhões de dólares nas bilheterias.
Entretanto, a primeira versão de “Orgulho e Preconceito” a ganhar as telonas foi lançada em julho de 1940 e contou com Robert Z. Leonard na direção. Seu roteiro fez uso de uma adaptação teatral do livro de Jane Austen, que não seguia fielmente o texto original e alterava, inclusive, a confrontação final entre a arrogante Lady Catherine De Bourgh e a protagonista Elizabeth Bennet. Em seu elenco, Greer Garson (Elizabeth Bennet), Laurence Olivier (Sr.Darcy), Edna May Oliver (Lady Catherine De Bourgh) e Maureen O’Sullivan (como Jane Bennet).

Já nas telinhas, “Orgulho e Preconceito” foi levado ao ar em duas minisséries: a primeira, produzida no Reino Unido em 1980, somou cinco episódios estrelados por David Rintoul (no papel de Sr. Darcy) e Elizabeth Garvie (que deu vida à Elizabeth Bennet). Já a segunda, também uma produção britânica, foi lançada em 1995 e somou seis episódios. É considerada até hoje a versão mais fiel à obra de Jane Austen já realizada. Em seu elenco um então desconhecido Colin Firth (interpretando o Sr. Darcy) e Jennifer Ehle (como Elizabeth Bennet).

* “Não Quero Nada Mais Que a Morte”
Após escrever “Persuasão”, sua última obra completa (escrita em 1816 e lançada postumamente em 1818), Jane Austen passou a ter problemas de saúde, os quais impediram-na de concluir “Sanditon”, seu último trabalho. Mudou-se para Winchester em busca de tratamento médico adequado, no entanto de nada adiantou: Jane Austen faleceu no dia 18 de julho de 1817, com apenas 41 anos de idade. Suas últimas palavras foram “Não quero nada mais que a morte”. Solteira, deixou todos os seus bens para sua irmã, Cassandra Austen. A autora foi sepultada na Catedral de Winchester.

***
Dicas Coluna – Onde Encontrar:
Para adquirir um lindo Box com as obras de Jane Austen, acesse:
*
Visite o Beco da Poesia e conheça o trabalho literário de Sérgio Cortêz.
Acesse: https://bit.ly/2Zyd1cp