DO PIOR AO MELHOR: UM TIRA DA PESADA

Por Adilson Carvalho

Eddie Murphy se tornou um astro na década de 80, e fez de Axel Foley um dos personagens mais queridos dos anos 80, em breve voltando em um quarto filme pela Netflix. No ano em que completam 40 anos do primeiro filme vamos rever os três filmes ranqueados.

UM TIRA DA PESADA 3 (1994). Não havia necessidade nenhuma deste terceiro filme. Murphy vinha de um fracasso de bilheteira com Os Donos da Noite (Harlem Nights) e uma pálida sequência com 48 Horas Parte II (Another 48 hs), além de poucos trabalho expressivos entre o final da década de 80 e início da década de 90. Havia a esperança de que uma nova reunião com John Landis, seu diretor em Trocando as Bolas (1983) e Um Príncipe em Nova York (1988) pudesse tirar Murphy da sua derrapagem criativa, mas a estrela tinha uma visão muito diferente para a sua terceira volta como Axel Fole, até porque ele queria interpretar personagens mais sérios, o que ele acabou fazendo duas décadas depois em Dreamgirls. Apesar de ter seus momentos (a cena de abertura com um par de mecânicos a cantar e a dançar ao som de “Come See About Me” das Supremes é deliciosamente disparatada), Um Tira da Pesada 3 foi imaginado pelo roteirista Steven E. de Souza como uma espécie de Duro de Matar num parque temático, mas mesmo com as participações especais de Judge Reinhold (Billy Rosewood) e Bronson Pinchot (Serge) o filme é muito fraco.

UM TIRA DA PESADA II (1987). Eddie Murphy no topo do mundo, voltando às suas raízes de classificação R depois da descida para PG-13 em O Rapto do Menino Dourado (The Golden Child). Johnny Wishbone? A Coligação Rap da América? Só Murphy poderia fazer com que estas partes funcionassem. Este é mais um enredo de vingança, mas uma vez ultrapassada a noção improvável de que Foley se tornou o melhor dos amigos dos seus inicialmente adversários de Beverly Hills, Taggert (John Ashton), Rosewood (Reinhold) e Bogomil (Ronny Cox. Tony Scott assume a direção após o fenómeno cultural de Top Gun. Os vilões Eurotrash de Jürgen Prochnow e Brigitte Nielsen são o presságio do bando de ladrões de Alan Rickman em Duro de Matar (1988), enquanto as estrelas de stand-up em ascensão como Chris Rock (uma descoberta de Murphy) e Gilbert Gottfried roubam as cenas ao astro. Mas a energia desta produção é toda de Murphy.

UM TIRA DA PESADA (1984). Ainda o melhor de todos, este foi o segundo clássico instantâneo de 1984, depois de Caça Fantasmas, de Ivan Reitman. Depois de uma sequência de créditos de abertura magistralmente editada, que nos mergulha na areia urbana de Detroit de meados dos anos 80, temos uma perseguição alegremente caótica de um camião pelas ruas da cidade cheias de carros. Um acontecimento desta magnitude absurda teria sido o tema principal dos noticiários noturnos de todas as grandes cadeias de televisão, mas o realizador Martin Brest faz com que isto pareça apenas mais um dia calamitoso na Cidade Automóvel. O diretor era novo nesta escala de produção cinematográfica de estúdio, mas surge como um velho profissional. Ele sabe que Murphy está no seu melhor quando se destaca de heterossexuais exasperados, e escolheu dois dos melhores em John Ashton e Judge Reinhold. O Foley de Um Tira da Pesada é simpático por trás de seu deboche e petulância enfrentando os vilões Victor Maitland (Steven Berkoff) e seu pau mandado Zach (Jonathan Banks).

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