HQ TERRITÓRIO NEUTRO | DEMOLIDOR 60 ANOS – A ERA POS FRANK MILLER

Por Adilson Carvalho & Leandro “Leo’ Banner

Depois de seu longo período à frente do Demolidor, Frank Miller juntou-se ao desenhista Bill Sienkiewicz na mini-série em 8 partes Elektra Assassina (Elektra Assassin), de agosto de 1986. Na história, um candidato à presidência dos Estados Unidos é possuído por um monstro ninja, e a primeira coisa que a criatura planeja fazer se eleita, é disparar todos os mísseis nucleares americanos em direção à Rússia, incitando assim uma retaliação e a destruição mundial. A partir de um pequeno país sul-americano, Elektra rastreia a criatura, tentando chegar até ele antes que o mesmo chegue à pequena caixa com um grande botão vermelho. Em dezembro de 1986 Frank Miller escreveu a graphic novel Demolidor – Amor & Guerra (Daredevil – Love & War), uma edição luxuosa com história fechada. Nela, Wilson Fisk, o Rei do Crime, traz a Nova York um médico europeu para curar o quase permanente estado de catatonia em que encontra-se sua amada esposa Vanessa, e para motivar o homem de forma que ele considere o caso como algo pessoal e não apenas como mais um paciente, o Rei do Crime sequestra sua esposa Cheryl, uma mulher cega. A história, brilhantemente desenhada por Bill Sienkiewicz, humaniza a figura de Fisk dando-lhe o protagonismo e deixando o Demolidor como coadjuvante de sua própria história. Depois de sua partida do título e do personagem que praticamente reinventou, Miller voltou para a edição de luxo Elektra Vive (Elektra Lives Again) de março de 1990, feita para esclarecer o confuso destino de Elektra após os acontecimentos da série regular, onde em um final ambíguo, Miller havia deixado em aberto uma possível ressurreição da personagem. O interessante aqui é que, ao que parece, Miller não queria que ninguém mexesse com sua personagem, criando uma história que lhe daria na verdade um fim definitivo.

No título mensal o homem sem medo começou nova fase em novembro de 1986, a partir de Daredevil #236 com a chegada de Ann Nocenti nos roteiros. Foram quase 5 anos, cerca de 55 edições, à frente do título. A escritora teve a árdua tarefa de substituir Frank Miller, e resolveu fazê-lo em uma direção diferente, colocando o herói cego em aventuras que constantemente cruzavam o caminho de outros personagens do universo Marvel. Em sua fase, Nocenti pareou o Demolidor com os X Men durante os eventos Massacre de Mutantes e A Queda dos Mutantes, enfrentou ameaças sobrenaturais como feitiçeiros vudu e Mefisto, além de histórias ao lado de Wolverine, Pantera Negra e Homem Aranha, ao lado de quem enfrentou o Coração Negro, filho de Mefisto, nas páginas de Daredevil # 270 (setembro de 1989). Contudo, a melhor contribuição de Nocenti, foi em parceria com John Romita Jr, que além de co criador de Coração Negro, também trouxeram à continuidade do herói a vilã Mary Typhoid, assassina a mando deo Rei do Crime, que também tem uma vida dupla, sendo uma atriz durante o dia e femme fatale perigosa à noite. Mary foi um contraponto perfeito para o Demolidor, uma mulher que brincou com seus sentidos. Typhoid surgiu em Daredevil #254 (maio de 1988) e foi extremamente importante nas histórias que se seguiram, tornando-se ferramenta essencial para a derrota do Rei do Crime já na fase escrita por D.D. Chichester.  Ao lado de Lee Weeks e Al Willianson, o escritor fez “A Queda do Rei do Crime”, uma história que funciona como uma inversão da aclamada Queda de Murdock, com um acerto de contas entre o Demolidor e Wilson Fisk. Chichester ainda engendrou uma troca de uniforme no arco Fall from Grace publicado de Daredevil #319 (agosto de 1993) até Daredevil #325 (fevereiro de 1994). Ao fim do arco seguinte entitulado A Volta do Rei do Crime (1995), Matt Murdock já volta a usar seu tradicional uniforme vermelho. J.M de Matteis assume o roteiro da fase seguinte do homem sem medo, mas sem imprimir nada de muito relevante no personagem. esteja conosco na semana quem vem para a quarta parte desta série sobre os 60 anos do Demolidor.

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