Por Adilson Carvalho

Um dos triângulos amorosos mais divertidos dos anos 80 foi produzido por John Hughes mas dirigido por Howard Deutch. Quando Keith (Eric Soktz) marca um encontro com Amanda Jones (Lea Thomspson),  a garota mais popular da escola, Watts (Mary Stuart Masterson) se dá conta de que sente algo a mais por ele. Mas a felicidade do casal é ameaçada por Hardy (Craig Shaeffer), ex-namorado rico da garota, que planeja se vingar de Keith. O filme soube como explorar os estereotipos mostrados: O garoto pobre que gosta da patricinha da escola que namora o riquinho esnobe. Os dois personagens mais interessantes, no entanto, são Watts (Masterson) e Duncan (Elias Koteas). A menina que tem jeito de moleque, nas palavras da própria personagem ” só se importa com a bateria e com sua paixão recolhida por Keith”. Suas atitudes são sempre altruístas e funciona muitas vezes como a consciência de Keith (Soltz). Já Duncan é a parte humorística do filme. De princípio um personagem irritante disposto a perseguir Watts, e depois ferrenho protetor de Keith. Suas passagens são sempre bem humoradas e inseridas pontualmente na hora que Keith precisa de ajuda contra Hardy (Schaffer).

Elias Koteas improvisou muitas das suas falas e ações. Quando Duncan encosta a cabeça ao ombro de Amanda (Thompson) , o riso de surpresa de Lea Thompson é real. O papel de Amanda Jones deveria ser interpretado por Molly Ringwald, a musa de John Hughes, mas esta recusou-se, levando Ringwald e Hughes a se afastarem a partir de então. O filme veio a ser dirigido por Howard Deutch, que conheceu e se apaixonou-se por Lea Thompson durante as filmagens. Ambos estão casados desde 1989. Enquanto a maioria dos críticos rejeitou este filme como uma cópia de A Garota de Rosa Shocking, o renomado crítico Roger Ebert definiu o filme como divertido ao retratar os adolescentes, falando sobre a vida, sobre insegurança, sobre rejeição, sobre aprender a crescer. Curiosamente, os três personagens principais têm nomes relacionados com os Rolling Stones: Amanda Jones, nome de uma canção com o mesmo nome (que é tocada no filme); um baterista chamado Watts (Charlie Watts) e uma personagem chamada Keith (Keith Richards). Um filme que ainda mantem sua essência, mostrando que o universo de certas questões não muda com o tempo.

Volta ao CCP para no próximo artigo viver a emoção em Rosa Shocking.