Em 1935 ele
deixou a MGM e apareceu na Broadway em um show que rapidamente fracassou. Sua
carreira mais tarde foi encontrar trabalho em filmes que consistia
principalmente em breves aparições, inclusive na TV, onde fez participação em
séries famosas como Combate, Chaparral,
Bonanza, e James West. Em 30 de outubro de 1968, Ramon Novarro foi
selvagemente espancado até a morte em Hollywood do Norte por dois jovens
garotos de programa. Eles tinham ouvido – por engano – que tinha milhares de
dólares trancados em algum lugar em sua casa. Eles nunca encontraram nenhum
dinheiro, e Ramon foi encontrado morto no dia seguinte por seu mordomo.
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| Poster original do filme BEN-HUR versão de 1926 com Ramon Novarro |
VI-
BEN-HUR DE 1926 NAS
SALAS DE CINEMA NO RIO DE JANEIRO
Em 1926, A MGM não tinha escritórios próprios no Brasil, e seus filmes eram aqui distribuídos pela Paramount, então instalada na Rua Evaristo da Veiga, 132, centro do Rio de Janeiro, onde hoje fica o quartel da Polícia Militar, cujas instalações foram ampliadas. As cópias de Ben-Hur destinadas ao Brasil – que na época não tinham laboratórios nacionais para copiagem- estavam nas docas de Nova York, já despachadas, aguardando embarque de navio cargueiro. Às vésperas da partida do navio, a recém-formada companhia decidiu instalar-se em nosso país e conseguiu cancelar os despachos consignados à Paramount, passando-os para seu próprio nome.
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| Divulgação do filme de um jornal de São Paulo |
Com representante já nomeado e vindo dos Estados Unidos, Mr. Louis Brock, a legalização da firma em andamento e uns poucos funcionários trabalhando a título precário, chegaram ao porto do Rio de Janeiro a cópia do grandioso épico tão esperado. Esgotadas as reservas financeiras de Brock e a urgente necessidade de mais dinheiro para pagar empregados, aluguel de escritório e para fazer face às despesas finais com a regularização da firma para funcionamento no país, o que faz Mr. Brock? Simples: ele vai a um banco, obtém um empréstimo especial, deixando com o banco como garantia do empréstimo, as cópias de Ben-Hur.
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| Panfleto de divulgação de um cinema do Norte do Brasil |
Com o passar
dos dias, tudo ficou OK, as cópias voltaram para o escritório e o público
carioca, maravilhado, pôde assistir ao grande espetáculo no extinto Cine
Rialto, instalado na Antiga Rua Chile, depois Melvin Jones, e hoje é Rua da
Ajuda, vizinho ao local onde agora funciona o Teatro Glauce Rocha, em um
badalado lançamento feito a 10 de outubro de 1927. A 6 de dezembro de 1931, foi lançada nos nossos cinemas uma versão sonora e sincronizada – músicas de fundo e efeitos sonoros apenas – e assistida por muitos cariocas no cinema Odeon, na Cinelândia, durante a Semana Santa de 1933.
VII- ADAPTAÇÃO
BRASILEIRA DE BEN-HUR NOS PALCOS CARIOCAS
Em março de 1933, o Teatro João Caetano, localizado na lendária Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro, iniciou os ensaios para uma adaptação teatral e orquestral do romance de Lewis Wallace com roteiro do escritor Eduardo Victorino. Segundo a crítica da época, a peça constituiu um dos mais lindos e atraentes espetáculos inspiradas na tradição cristã.
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| Vicente Celestino |
No seu enredo, segundo a publicidade da época, a peça foi um choque constante de sentimentos, em que o espírito cristão predominava integralmente ao longo de seus 21 quadros, toda ela de forma orquestral, onde sua partitura sobressaiu vários motivos como interpretação de alegria, tristeza, e clamor popular. Nos principais papéis, celebridades como o lendário Vicente Celestino (1894-1968), Laís Areda, Amélia Figueroa, Octávio Rangel, e demais componentes da Companhia Brasileira de Operetas, prestaram grande concurso para a atuação, colaborando para uma representação digna no Teatro João Caetano, sendo ovacionada com grandes aplausos pelo público carioca.
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| Charlton Heston, o herói da versão cinematográfica de 1959 |
VIII-
BEN-HUR: A VERSÃO CLÁSSICA E ABSOLUTA DE 1959
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| Stephen Boyd e Charlton Heston duelam na imortal corrida de quadrigas na versão de 1959. Fantásticas emoções!!! |
Certamente, há filmes que entram para a História, e a versão de 1959 de Ben-Hur é um exemplo disso. E isso por vários motivos: foi a obra que pela primeira vez conquistou o maior número de prêmios da Academia de Cinema, 11 (onze) Oscars, tornando-se insuperável até empatar com Titanic em 1998. Segundo, porque a fita salvou seu estúdio, a Metro Goldwyn Mayer, de uma bancarrota financeira, que após a morte de Louis B. Mayer passou por uma fase desastrosa de transição.
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| Capa de uma revista lançada durante o lançamento do filme no Brasil, em 1960 – Pela Rio Gráfica e Editora. |
O projeto para esta nova versão parecia um investimento arriscado. O Produtor Sam Zimbalist (1904-1958) havia realizado sete anos antes outro épico monumental, Quo Vadis, em 1951. Zimbalist juntamente com outros executivos, pensou em realizar um espetáculo grandioso aos moldes de Quo Vadis, mas para isso, tiveram a ideia de resgatar um dos grandes sucessos do estúdio, realizado na fase silent do cinema, Ben-Hur de 1926, dirigido por Fred Niblo e estrelado por Ramon Novarro. Com a mais moderna tecnologia de então, a obra literária de Lewis Wallace estava prestes a ganhar uma nova versão para o cinema.
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| As filmagens. |
Realizada entre 1958/1959, nos estúdios de Cinecittá, em Roma (onde também foi rodado Quo Vadis) e dirigida pelo veterano cineasta William Wyler (1902-1981), a um custo de US$ 12.500.000 dólares (hoje, custaria pelo menos US$450.000.000), a terceira versão de Ben-Hur acabou resultando em um dos maiores filmes de todos os tempos. À época do lançamento, as rendas de bilheteria tornaram-se tão volumosas que Ben-Hur colocou-se em terceiro lugar entre os filmes de maiores rendas na história, ficando atrás apenas de E O Vento Levou (1939), e O Nascimento de uma Nação (1915) e acabou salvando a Metro da falência que a rondava.
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| O diretor William Wyler fotografando Stephen Boyd e Charlton Heston em uma das cenas. |
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| Messala (Stephen Boyd) e Judah Ben-Hur (Charlton Heston) – Uma amizade abalada. |
Para o papel de Judah Ben-Hur, a primeira escolha foi Burt Lancaster, mas este por ser um ateu declarou que não queria ajudar a promover o Cristianismo. Depois ofereceram a Paul Newman, mas devido ao fracasso de seu primeiro filme, também um épico religioso, O Cálice Sagrado (1954), decidiu não se arriscar. Marlon Brando também foi cogitado para o papel e também recusou, e depois, Rock Hudson, que estava decidido aceitar, com Charlton Heston no papel de Messala. Mas Rock teve problemas com o contrato de seu estúdio (Universal) e teve que recuar do convite.
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| Charlton Heston em teste para o papel. |
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| Charlton Heston em ensaio com o diretor William Wyler. |
Finalmente, o papel-título vai para Charlton Heston (1923-2008), de 35 anos. Heston que estava no cinema desde 1950, foi altamente recomendado pelo diretor Cecil B. DeMille (1881-1959) para William Wyler e Sam Zimbalist, já que dirigiu o astro em O Maior Espetáculo da Terra (1951) e Os Dez Mandamentos (1956). Heston acreditava que esse apoio de DeMille tinha pouco a ver com a decisão final de Wyler, mas reza a lenda que este resolveu testa-lo. Wyler deu a Heston um papel meio de vilão no seu Super-Western Da Terra Nascem os Homens, em 1958, onde é o antagonista do mocinho Gregory Peck.
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| Teste de Figurino de Charlton Heston para a Corrida de Quadrigas. |
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| Charlton Heston, Stephen Boyd, e William Wyler. |
Heston que estava cotado para ser Messala, acabou arrebatando o papel principal. Para a parte de um dos mais desprezíveis vilões do cinema épico, o tribuno romano Messala, o maior indicado foi Robert Ryan, mas este estava sob contrato com a United Artists para mais dois trabalhos e não pôde aceitar. Assim, o irlandês Stephen Boyd (1931-1977) acabou escolhido para ser o antagonista de Heston nesta superprodução.
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Trabalho árduo de toda a equipe para montar a arena para a sensacional corrida de quadrigas. |
Segundo o saudoso jornalista brasileiro João Lepiane, que escreveu um artigo sobre BEN-HUR na extinta revista CINEMIN, Nº 77, junho de 1992– As estatísticas resultantes da produção são exorbitantemente fantásticas: veem-se no filme mais de três mil cenários diferentes, para cuja construção mais de 15.000 esboços foram elaborados e inutilizados, na maior parte, por desnecessidade de aproveitamento. Ao todo, os cenários ocuparam um espaço completo de 5999 quilômetros quadrados.A pista onde se filmou a corrida de quadrigas ocupou 73 quilômetros quadrados daquela área, tornando-se um dos maiores cenários da história dos filmes. Para construção da pista, usaram-se 312 mil metros de madeira, 400 mil metros de tubos metálicos e 453.600 quilos de argamassas. Trouxeram das vizinhas praias do Mediterrâneo 40.000 toneladas de areia. As arquibancadas alcançaram uma altura de cinco andares, cada polegada revestida com material especial, à prova de fogo, e lotada por 8.000 extras durante a corrida.
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| Charlton Heston no comando da versão cinematográfica de 1959. |
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| Teste de figurinos com os atores centrais. |
Importaram 78 cavalos da Iugoslávia. E dos nove meses de filmagem da superprodução de 1959, três foram dedicados apenas a filmagem de uma sequência que não duraria mais de 20 minutos nas telas, que foi a da corrida de quadrigas. A construção de acurada reprodução do antigo circo, em Jerusalém, manteve 1000 trabalhadores ocupados por um ano inteiro. Os objetos de cena usados passaram de 1.000.000- incluindo: 3.400 pares de calçados, 2.000 cintos de couro, 4.000 lanças, 3.000 espadas, 2.600 escudos, 5.500 peças de joalheria, 47.914 metros de tecidos, 15.000 pares de sandálias e 18.188 metros de panos finos e tapetes.
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| Fraser, o filho de Charlton Heston, cumprimenta Jack Hawkins. |
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| William Wyler e o set recebem uma visita ilustre: Kirk Douglas. |
Os estúdios de Cinecittá, onde o filme foi inteiramente feito (embora teve locações também no Egito e em Anzio), eram dignos de serem vistos. Mais de 25.000 turistas ali estiveram durante a produção de Ben-Hur. Meses antes da chegada dos atores, técnicos e equipamentos, os estúdios foram devidamente adaptados às necessidades do filme. Cinecittá fora construído em 1935 pelo nefasto governo fascista de Mussolini (que chegou a assistir com desprezo a versão cinematográfica de 1926 e não gostou de ver a vitória de um judeu sobre um um romano na corrida de quadrigas)- e durante a II Guerra foi usada como fábrica de armamentos e acampamento para soldados alemães, e no Pós-Guerra, como acomodação para 30.000 pessoas desabrigadas pela guerra.
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Bette Davis também visitou o set e já puxou conversa com Charlton Heston, Stephen Boyd, e William Wyler. |
Para Ben-Hur converteu-se em um dos maiores palcos de som do estúdio em armazém para estocar vestuários. Transformou-se em outro em instalações para lavagem a seco, lavanderia e oficina de consertos e calçados. Também se montou um ateliê onde escultores criaram as 200 peças de estatuárias necessárias para os cenários do filme. Assim como em Quo Vadis, Ben-Hur foi realizado ao longo de dois anos neste famoso estúdio italiano.
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Uma das câmeras 65 posicionadas do alto das cabeças de Haya Harareet e Charlton Heston. |
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Charlton Heston e Stephen Boyd: inimigos na tela, fizeram amizade na vida real. |
Até mesmo as câmeras para uso no filme foram exclusivas. Ben-Hur foi filmado em Câmera 65, então uma novidade absoluta em filmes para tela grande. Como o nome indica, a película tinha 65 mm de largo- quando a bitola normal era de 35mm- e possibilitava maior luminosidade de imagem. O custo de cada Câmera 65 era de 100.000 dólares. Os números foram impressionantes, mas valeu a pena. Charlton Heston encontrou em Stephen Boyd um esplêndido rival.
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| O Conflito entre Messala (Stephen Boyd) e Judah (Charlton Heston). |
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| Nas galés, Ben-Hur (Heston) é protegido pelo cônsul Quintus Arrius (Jack Hawkins). |
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| Finlay Currie é Balthazar de Alexandria, um dos Três Reis Magos. |
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| Hugh Griffith é o Xeique Ilderim. O ator ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel. |
Jack Hawkins (1910-1972) como Quintus Arrius; Hugh Griffith (1912-1980) como o Xeique Ilderim; Martha Scott (1912-2003) como Miriam, a mãe de Ben-Hur (no livro de Wallace, ela não tem nome e sempre é identificada como a mãe de Ben-Hur); Cathy O’ Donnell (1923-1970), cunhada do diretor William Wyler, desempenhando Tirzah, irmã do herói; a Israelense Haya Hararret (1931-2021) no papel de Ester, interesse amoroso de Judah; o irlandês Finlay Currie (1877-1968) no papel de Balthazar (e havia feito São Pedro em Quo Vadis, em 1951). Currie também destaca-se na narração e apresentação inicial do filme.
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| Haya Harareet é Esther, a amada de Ben-Hur. |
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Cathy O’ Donnell é Tirzha, irmã de Ben-Hur. Martha Scott é Miriam, a mãe do herói. |
Sam Jaffe (1897-1984) como Simonides, pai de Esther; o inglês George Relph (1888-1960) como o imperador Tibério; e o australiano Frank Thring (1926-1994) como Pôncio Pilatos. Entre os extras, o eterno cowboy a italiana, o saudoso Giuliano Gemma (1938-2013) se encontra em duas sequencias como um soldado romano.
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| Sam Jaffe é Simonides, pai de Esther. |
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| George Helph é o Imperador Tibério. |
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| Frank Thring é Pôncio Pilatos. |
Para atuar como diretor de segunda unidade, William Wyler contou com a experiência e classe incomparável de Yakima Canutt (1895-1986), que com ele trabalhou em seis filmes anteriores. As cenas da dramática corrida de quadrigas foram entregues a sua total responsabilidade, já que Wyler exigiu por contrato não dirigi-la. Isso porque na versão de 1926, o cineasta foi um dos 30 assistentes que ajudou Fred Niblo na direção da sequencia. Assim justificou William Wyler sobre a cena: “Sei como ela é estafante”.
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| A imortal corrida de 1959. |
Yakima Canutt começou por ensinar a Heston e a Boyd como conduzir as quadrigas, para que eles pudessem dar às cenas um perfeito toque de realismo como os ferozes disputantes e torná-las as mais reais e espetaculares possíveis. E o resultado foi o que se viu, e impressiona até hoje. Tudo certo e de uma realidade inigualavelmente impressionante, sem que ninguém se ferisse gravemente, e sem nenhum cavalo quebrasse uma perna ou se machucasse.
IX- SAM
ZIMBALIST
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| Sam Zimbalist conversa com Robert Taylor durante as filmagens de QUO VADIS, em 1950. |
A produção de Ben-Hur de 1959 foi encarregada por Sam Zimbalist (1904-1958) que produzira em 1951 e no mesmo estúdio italiano em Cinecittá o colossal Quo Vadis, a um custo de US$7.000.000 dólares. Zimbalist teve sérios problemas e enfrentou dificuldades para levar a produção de Ben-Hur até o fim. Entretanto, todos estes obstáculos seriam considerados mínimos diante das preocupações e do grande trabalho resultante do acúmulo de responsabilidades que Sam Zimbalist teve na produção que o acabaram levando à exaustão, precipitando-lhe o fim.
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| Sam Zimbalist, de camisa branca segurando um folheto na mão esquerda, com William Wyler, Charlton Heston, Stephen Boyd, Haya Harareet ,e o então presidente da MGM, Joseph Vogel. |
Zimbalist, que estava dando ao filme tudo de si, acabou dando também a vida. Morreu a 4 de novembro de 1958, vitimado por um súbito ataque cardíaco, quando os trabalhos de filmagem estavam prestes a terminar, não chegando a ver a conclusão de sua segunda incursão à Roma Antiga, e muito menos em ver as láureas que sua superprodução haveria de conseguir graças aos seus inúmeros esforços com o apoio de todo o elenco e de toda sua equipe de produção.
X-
ROTEIRISTAS
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| William Wyler e Charlton Heston, com os roteiristas não creditados Christopher Fly (de gravata) e Gore Vidal. |
A adaptação
de Ben-Hur de 1959 cobre 212 minutos
de projeção, mas para isso, se cercou de vários roteiristas, mas somente Karl
Tunberg (1909-1992) foi creditado oficialmente. Outras mentes que colaboraram
para o roteiro adaptado foram o poeta Christopher Fly (1907-2005), o escritor
ateu Gore Vidal (1925-2012), o co-roteirista de Quo Vadis (1951) S.N. Behrman (1893–1973), e o teatrólogo Maxwell Anderson (1888-1959).
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| O brinde entre Messala e Ben-Hur, introduzido pela concepção do escritor Gore Vidal. |
Uma das sequencias mais polêmicas da versão de Wyler seja o reencontro de Ben-Hur e seu amigo Messala depois de muitos anos sem verem um ao outro, quando o tribuno romano volta com suas guarnições a Jerusalém. Gore Vidal, um dos roteiristas e homossexual assumido, deliberadamente injetou um subtexto gay para esta cena. Com a permissão de William Wyler, Vidal criou uma atmosfera gay entre o herói e o vilão, como se desse de entender que os dois tivessem sido amantes no passado. Vidal deu uma pista da sugestão para Stephen Boyd, contudo não falou nada para Charlton Heston. O resultado foi certo brilho nos olhos de Boyd durante a cena onde os dois velhos amigos dão o braço um ao outro para erguer um brinde mútuo, e certa inflexão em suas palavras de devoção.
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Charlton Heston, melhor ator de 1959 por sua atuação em BEN-HUR (1959) |
XI- A NOITE DE PREMIAÇÕES
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| Os vencedores Charlton Heston e o diretor William Wyler com seus respectivos Oscars, sob os olhares felizes dos anfitriões John Wayne e Susan Hayward. |
A Pré-Estreia de Ben-Hur com Charlton Heston ocorreu a 18 de novembro de 1959, e posteriormente a 24 de novembro de 1959, em Los Angeles, Califórnia. A crítica reagiu de maneira extremamente favorável ao filme e a Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Los Angeles lhe deu a merecida consagração, premiando-o como o melhor em 11 das 12 categorias para as quais foi indicado (perdendo apenas para melhor roteiro adaptado): Melhor filme, Melhor ator (Charlton Heston), Melhor ator coadjuvante (Hugh Griffith, 1912-1980), Melhor diretor (William Wyler, 1902-1981), Melhor Fotografia em cores (Robert Surtess, 1906-1985), Melhor Direção Artística (William A. Horning, Edward Carfagno, Hugh Hunt), Melhor Figurino (Elizabeth Haffender, 1906-1976), Melhor Som (Franklin Milton, 1907-1985), Melhor Montagem (Ralph E Winters, John D. Dunning), Melhores efeitos (sonoros e visuais: Arnold Gilespie, Robert MacDonald, Miro Lory), e Melhor Música (Miklos Rozsa, 1907-1995).
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Na Pré-Estreia, Haya Harareet posa para uma fotografia com o Astro Charlton Heston. |
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Haya Harareet entre os dois intérpretes de BEN-HUR: Charlton Heston e Ramon Novarro (da versão de 1926). |
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| Duas gerações de intérpretes de “Ben-Hur”, na Pré-Estreia em 1959: Charlton Heston cumprimenta Ramon Novarro, o Ben-Hur de 1926, ainda na fase silenciosa do cinema. |
XII- WILLIAM
WYLER, O DIRETOR
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| William Wyler – Um dos grandes artesãos do cinema. |
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Wyler dando instruções a Charlton Heston, onde ao fundo podemos ver Martha Scott e Cathy O’ Donnell. |
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| O embaixador americano na Italia visitou o set, onde conversa com Wyler, Heston, e Cathy O’ Donnell. |
Poucos acreditavam que William Wyler seria o nome mais indicado para levantar e controlar um projeto tão faraônico e ainda salvasse um estúdio como a Metro que parecia estar com os seus dias contados. Sua carreira confirmava seu talento em obras íntimas e diferentes, nas quais dirigiu talentos como Bette Davis, Olivia de Havilland, Montgomery Clift, ou Laurence Olivier. O cineasta
declarou em uma entrevista pouco antes de sua morte, em 1981:
“Me pediram para que me encarregasse do filme. Não era o estilo cinematográfico que vinha fazendo, mas senti curiosidade para ver se era capaz de fazer algo ao estilo de Cecil B. DeMille“, disse Wyler, em alusão a filmes como Os Dez Mandamentos (1956).”Além disso, pensei que este filme faria muito dinheiro e que eu poderia ficar com algo“, acrescentou o diretor, que cobrou US$ 1 milhão de dólares para dirigir o filme.
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| Wyler dirigindo a cena da Paixão de Cristo. |
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William Wyler “paparicado” pelo elenco, onde podemos ver Haya Harareet, Charlton Heston, Sam Jaffe, e Cathy O’ Donnell. |
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| Enquanto o produtor Sam Zimbalist cumprimenta Heston e Boyd, Wyler posa para um sorriso. |
Além de ganhar o Oscar pela direção, Wyler ainda recebeu o prêmio da Associação de Diretores Americanos, ainda que não fosse responsável pela maior sequencia da obra, a Corrida de Quadrigas, anunciado pela Metro como o Clímax da História do Cinema. De qualquer forma, a superprodução de 1959 entrou numa lista entre os melhores 45 filmes de acordo com o Vaticano na categoria de religião, realizada durante as comemorações do Centenário de Nascimento do Cinema em 1995, juntamente ao lado de obras culturais como O Evangelho Segundo São Mateus (1964), de Pier Paolo Pasolini, Nazarin (1959), de Luis Buñuel, e A Paixão de Joana D’Arc (1928), de Carl Dreyer. No Brasil, estreou nas grandes salas a 27 de janeiro de 1960.
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| Charlton Heston e Stephen Boyd em momento de descontração com o cineasta William Wyler. |
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| Quando lançado nas salas de cinema por todo o Brasil, em janeiro de 1960, mal se podiam reservar ingressos tamanha era a procura. |
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| Um dos momentos mágicos, quando os jornais cariocas divulgavam o lançamento da obra nas três salas dos cinemas Metro, e em outras salas, hoje inexistentes. |
FIM DA
PRIMEIRA PARTE
Este artigo é dedicado a memória de minha
mãe:
Neuza Telles Pereira, fã dedicada desta obra prima
da Sétima Arte.
Nossa, que matéria extraordinária!!! Li o texto com muito prazer pois se trata de um dos filmes que mais amo na História da sétima arte. Tive a felicidade de assistir várias vezes e com renovado prazer, além de ter lido o livro de Lew Wallace. Gostei demais das curiosidades sobre o filme, principalmente os lances de bastidores muito interessantes. Também não sabia que existem quatro versões no cinema da obra. Sabia da versão muda de 1926, 1959 e 2016. Desconhecia a primeira versão de 1907!!!!! Parabéns ao autor da matéria, excelente!!!
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