CLASSICO REVISITADO | O TRAPALHÃO NO PLANALTO DOS MACACOS

Por Adilson Carvalho

Quando criança ir ao cinema assistir a um filme dos Trapalhões era um evento e sobrou ate piada com a obra de Pierre Boulle, O Planeta dos Macacos (1968], que na década de 70 alcançou status de grande popularidade, com reprises constantes dos filmes na TV além de serie e animação. Em 1976, os brasileiros riram da ideia de macacos falantes na paródia “O Trapalhão no Planalto dos Macacos” de J.B.Tanko com a trupe de Renato Aragão ainda sem a presença de Zacarias. Conde (Renato Aragão) e Alex (Dedé Santana) são dois amigos que, ao darem uma  de motocicleta, são confundidos pelo guarda Azevedo (Mussum) com perigosos assaltantes de joalheria. Depois de várias confusões, entram em um balão pilotado por Rodrigo (Alan Fontaine) que os leva a uma terra desconhecida, onde os macacos falam e perseguem e dominam os humanos. Conde e Alex são feitos prisioneiros mas conseguem fugir. Depois chega outro balão com os bandidos, que são deixados aos macacos. Conde descobre ainda pérolas valiosíssimas naquele estranho lugar. Este foi o primeiro filme com a participação de Mussum, o terceiro Trapalhão. Zacarias só integraria o grupo pouco depois.

O clima é puro nonsense como a sequência que parodia Tubarão ou o momento do filme em que Alex (Dedé) vira macaco. As gags funcionam com a ingenuidade de uma época em que não havia a preocupação de ser politicamente correto. Há momentos de puro pastelão como a guerra de ovos, ou Conde (Aragao) dançando com a macacada, um humor datado mas funcional na época de produção. J.B.Tanko, diretor da maioria dos filmes dos trapalhões, não poupa esforços para explorar a essência circense que permeia o humor dos Trapalhões. Mesmo com um orçamento limitado e máscaras de macaco mal feitas o filme traz uma aura que remete a tempos mais inocentes.  A cena do lançamento do balão foi gravada no campo de futebol do Beira Rio, em Cotia, São Paulo, local de lançamento de balões na época. A população local foi inclusive aproveitada como figurantes. Outras cenas ja foram gravadas no Rio de Janeiro. O filme se mantém como uma pérola do humor da trupe que fez parte da história da TV brasileira.

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