CLASSICO REVISTADO | TUDO POR UMA ESMERALDA

Por Adilson Carvalho

Creio que ninguém duvida que os anos 80 foram uma década sensacional recheada de blockbusters que ainda impactam a cinefilia de gerações. Em termos de aventura, não só de Indiana Jones vivemos e guardamos doces reprises de Tudo Por Uma Esmeralda (Romancing The Stone) que chegou ao cinema há 40 anos. Na época as comparações com Caçadores da Arca Perdida eram frequentes, mas na verdade o roteiro de Tudo por Uma Esmeralda foi escrito primeiro. A autora era a desconhecida Diane Thomas, garçonete que demorou cinco anos até conseguir vender o roteiro, recusado por vários estúdios, e finalmente adquirido por Michael Douglas. Infelizmente, a criativa Diane veio a falecer de desastre de automóvel no ano seguinte à estreia do filme. Michael Douglas ficou intrigado com o roteiro, apesar de uma certa hesitação inicial, mas acabou sendo conquistado pela oportunidade de exibir as habilidades de escalada em rocha que havia aperfeiçoado na adolescência. Quando tinha cerca de 16 anos, Michael gostava de escalar rochas com seu pai durante os intervalos das filmagens de Spartacus (1960), que foi filmado em grande parte no Vale da Morte, na Califórnia.

Joan Wilder (Kathleen Turner) é uma escritora de aventuras românticas levada à selva colombiana para poder resgatar sua irmã (Mary Ellen Trainor), que será assassinada se um mapa do tesouro não for entregue aos sequestradores. Ela recebe ajuda de Jack Colton (Michael Douglas), um mercenário impetuoso e juntos procuram por uma joia de inestimável valor localizada no mapa. O filme veio a ser dirigido por Robert Zemeckis, que vinha desacreditado pelo resultado insatisfatório nas bilheterias de Febre de Juventude (1979) e Carros Usados (1982). A 20th Century Fox queria demiti-lo, e Zemeckis chegou a ser afastado do projeto seguinte que seria Cocoon (1985). O sucesso de Tudo Por Uma Esmeralda deu a moral que Zemeckis precisava para fazer De Volta Para O Futuro (Back To the Future). A química entre Michael Douglas-Katheleen Turner-Danny De Vito impactou o público e os trouxeram de volta na sequência A Joia do Nilo (The Jewell of the Nile) lançada logo no ano seguinte. O filme de Zemeckis colocou o nome de Michael Douglas como herói de ação e transformou Kathleen Turner como uma das grandes estrelas da década. A atriz ficou com o papel que na verdade foi pensado para Debra Winger, mas esta não se entendeu com Douglas. O elenco se divertiu durante as filmagens apesar de alguns momentos tensos entre Zemeckis e Katheleen Turner. A belíssima atriz declarou anos mais tarde que estava apaixonada por Michael Douglas, mas o ator estava tentando se reconciliar com sua ex esposa.

Originalmente, o filme deveria ser filmado na Colômbia, onde a história se passa. No entanto, a vida imitou a arte, pois a Colômbia também sofreu um aumento nos sequestros de americanos, então a produção foi transferida para o México. Na famosa cena de dança, Michael Douglas não sabia que estava sendo filmado. Ele estava dançando com Kathleen Turner e alguns figurantes, e ficou surpreso ao descobrir que Robert Zemeckis estava filmando o tempo todo. O filme equilibra perfeitamente ação e humor, com Danny DeVito roubando a cena com seu personagem, o trambiqueiro Ralph. A premissa do filme inspirou a história de Cidade Perdida (Lost City) de 2002, com Sandra Bulock e Channing Tatum. Tudo por uma Esmeralda permanece como um dos melhores de sua época, sendo exibido na TV pela primeira vez na Tela Quente da Rede Globo em 18 de abril de 1988. E até hoje é irresistível em cada reprise.

Elenco de dubladores: Elcio Romar (Michael Douglas), Maralisi Tartarini (Kathleen Turner), Ênio Santos (Danny De Vito)

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