Por Adilson Carvalho

DISPONÍVEL NA NETFLIX. Se estão frequentes as sequências tardias de grandes filmes dos anos 80, sossegue porque o público as recebe bem. Se você duvida, então lembre-se do recente sucesso de Top Gun: Maverick com Tom Cruise. E a bem da verdade o público sentia falta de Axel Foley, e um 4º filme da franquia com o policial mais falastrão de Detroit era desejado. Se no primeiro filme havia uma narrativa em torno do “peixe fora d’água“, já que o malandro Foley (Eddie Murphy na época com 23 anos) era um policial de Detroit na sofisticada Beverly Hills, o quarto filme retoma o mesmo mas colocando o personagem em uma realidade mais cruel, hostilizado pela filha (Taylour Paige), incriminado pelo chefão de polícia (Kevin Bacon) e açoitado pelo peso da idade. Mas Axel Foley é Axel Foley e para ajudá-lo estão os coadjuvantes que todos queríamos ver: Billy Rosewood (Judge Reinhold), John Taggart (John Ashton), Jeffrey (Paul Reiser) e o hilário Serge (Bronson Pinchot). O diretor estreante Mark Molloy e o roteirista Will Beall conseguem fazer bem o trabalho de fan service e introduzir um a um no ponto certo da história. Na parede do escritório de Jeffrey há uma foto de Gilbert R. Hill, que interpretou o inspetor Todd e faleceu em 2016. A história gira em torno de uma investigação de corrupção dentro da força do Departamento de Polícia de Beverly Hills conectado com um cartel internacional de drogas. Sua filha advogada é ameaçada, seu ex-namorado (Joseph Gordon Levitt) é afastado do caso, e Billy (Reinhold) desaparece. Sujeira para todo lado e alguém tem que limpar isso, claro Axel Foley é o homem para o serviço, ainda se valendo de sua fala histriônica, sua determinação e um sentido todo especial de arranjar confusão. O filme recria todo o clima do primeiro filme com direito à trilha sonora, abertura ao som de The Heat is On, e até mesmo momentos que são recriados como Axel entrando no carro de Taggart e Rosewood. Só faltou a volta de Ronny Cox como Tenente Bogomil. Piadas não faltam como quando Joseph Gordon-Levitt analisa os três outros casos de Axel em Beverly Hills, ele menciona que o terceiro “não foi seu melhor momento“, o que provavelmente está se referindo a Um Tira da Pesada III, que Eddie Murphy desprezou e é o mais mal avaliado da franquia. Então separe o balde de pipoca, que o primeiro filme da franquia não produzido nem distribuído pela Paramount vale a pena, e chega bem perto do brilho do primeiro. Já podemos chamar a dupla Riggs e Murtaugh de volta da aposentadoria.