Por Adilson Carvalho
Olhamos para os astros do cinema sempre atribuindo a estes uma vida de opulência, prestígio e dinheiro. Mas diversos dos astros consagrados pela arte cinematográfica tiveram vida humilde ou passaram por dificuldades extremas que se opõem ao que realizaram em sua carreira. Vejamos
AVA GARDNER (1922/1990). A eterna condessa descalça certa vez disse “Quando você é extremamente pobre e não consegue esconder isso, a vida é um inferno“. Ava Lavinia Gardner era a última de sete irmãos, filho de um fazendeiro da Carolina do Norte. Quando criança sua mãe tinha uma pensão e Ava passava roupas além de ajudar seu pai na plantação de tabaco. A futura Maria Vargas andava descalça o tempo todo pois só tinha, quando criança, um único par de sapatos, que deixava reservado para ir à igreja e para a escola. A estrela, que ficou muito bem financeiramente, foi casada com Frank Sinatra, e morreu em 1967 em sua casa em Londres.

TONY CURTIS (1925/2010). Filho de imigrantes húngaro-judeu, Bernard Schwartz, só falava húngaro em casa até os 6 anos. Dividiu um quarto pequeno com seus irmãos, em cima da alfaiataria de seu pai, assumindo precocemente a responsabilidade por seus irmãos enquanto seu pai trabalhava e sua mãe sofria de doença mental. Aos 8 anos todos os irmãos foram para um orfanato por um tempo porque simplesmente não havia o que comer em casa. O astro de filmes como Quanto Mais Quente Melhor (19958) e O Homem que Odiava as Mulheres (1968) enriqueceu e ao morrer em 2010, sua fortuna era estimada em US$ 60 milhões.

CARY GRANT (1904/1986). Um dos astros mais charmosos das telas nasceu em uma família muito pobre. Sua mãe era mentalmente doente e seu pai um alcóolatra. Quando tinha 11 anos, sua mãe desapareceu e o pequeno Archibald Alexandre Leach fez da atuação uma forma de sobreviver às intempéries de sua vida. Segundo Jennifer Grant, filha única de Cary, o astro de Intriga Internacional (1959) e Charada (1963) dizia que fazia de suas dificuldades a motivação para superá-las. O ator morreu um homem rico com mansões em Palm Springs, Malibu e Beverly Hills.

SOPHIA LOREN (1934-) A musa italiana hoje está com 89 anos, muito bem vividos e muito bem vida com propriedades em Roma e Gênova. Quando criança viveu na pobreza criada pela mãe em Pozzuelo, perto de Nápoles. Em 1942, o pai de Sofia, que era agressivo com a esposa, abandonou a família para viver com a amante, e nunca mais deu notícias, fazendo com que Sofia e a irmã sofressem com o abandono paterno, e sua mãe passou a enfrentar muitas dificuldades, tornando-se a única responsável pelo sustento do lar. Durante a Segunda Guerra sua mãe pedia comida para levar para sua filha, e levava para casa uma batata ou um punhado de arroz. Sofia Costanza Brigida Villani Scicolone trabalhou com a avó e a irmã em um pequeno restaurante para sobreviver, e embora tenha perdido o concurso de beleza Miss Italia, tornou-se uma das maiores atrizes de seu país.
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CHARLES CHAPLIN (1899/1977) Quando morreu durante o sono na noite de Natal de 1977, Chaplin era dono de uma fortuna de US$ 400 milhões. Nada comparado à sua infância pobre nas ruas de Londres, teve que roubar para comer e sofreu com a demência de sua mãe, e o alcoolismo de seu pai. Chaplin chegou a dormir em bancos de parque até que fez do cinema sua vida, sua arte e sua superação de tudo, escrevendo, dirigindo, compondo músicas e dirigindo clássicos como Luzes da Cidade (1932), Tempos Modernos (1936) e transformando em poesia visual a dança dos pãezinhos no clássico Em Busca do Ouro (1928), uma lição de que podemos sempre nos erguer dos problemas. Uma lição de vida.
