BASTIDORES | HOMEM DE FERRO SERIA DIFERENTE

Por Adilson Carvalho

Quando Homem de Ferro (2008) foi lançado ainda não havia como supor para onde iríamos ser levados. O filme dirigido por Jon Favreau inaugurou o MCU (Marvel Cinematic Universe) antes mesmo que a Disney adquirisse os direitos dos heróis criados por Stan Lee. De la para cá foram 34 filmes (já incluído o recém lançado Deadpool & Wolverine) e Robert Downey Jr assim renasceu depois de um longo período de problemas pessoais que atrapalharam sua carreira. O universo parece ter conspirado a favor já que o sucesso do filme foi um divisor de águas na indústria dos blockbusters. Mas o filme de Favreau poderia ter sido bem diferente se as considerações iniciais tivessem sido seguidos. O nome de Nicolas Cage (Motoqueiro Fantasma) e Tom Cruise (Missão impossível) já haviam sido cogitados para o papel de Tony Stark e Al Pacino pensado para fazer Justin Hammer, que ficou com Sam Rockwell em Homem de Ferro 2 (2010). Quando o nome de Downey Jr surgiu, Jon Favreau viu no ator a mesma busca por superação que seu personagem. Havia um paralelo entre um industrial milionário envolvido em projetos armamentistas, que de repente se torna um herói e um ator decadente que se perdera em drogas e alcool renascendo diante do público como o talentoso intérprete que sempre foi.

O diretor Jon Favreau comentou: “Os melhores e os piores momentos da vida de Robert foram vividos sob o olhar do público. Ele teve de encontrar um equilíbrio interior para ultrapassar obstáculos que iam muito para além da sua carreira. Esse é o Tony Stark. Robert traz uma profundidade que vai para além de uma personagem de banda desenhada com problemas no liceu, ou que não consegue conquistar a rapariga.” Favreau também sentiu que Downey podia fazer de Stark “um idiota simpático”, mas também retratar uma autêntica viagem emocional depois de conquistar o público. Para se preparar para o seu papel de Homem de Ferro, Robert Downey Jr. passou cinco dias por semana a fazer musculação e a praticar artes marciais para ficar em forma. De acordo com Jon Favreau, ao fazer este filme, havia muita pressão para que fosse bem sucedido. Isto deveu-se particularmente ao fato de a Marvel ter usado as suas personagens como garantia quando recebeu um acordo de quinhentos e vinte e cinco milhões de dólares, durante sete anos, chamado “non-recourse debt facility”, que lhes permitiu fazer filmes originais baseados nas suas propriedades. A Marvel queria ter um controle criativo total sobre as suas personagens, construir uma biblioteca de filmes e ter um maior potencial de lucro do que os acordos que assinou com outros estúdios que detinham os direitos cinematográficos das suas personagens. A Marvel também mudou o seu nome para Marvel Entertainment, Incorporated, para estabelecer uma presença em Hollywood. Se o filme não fosse bem sucedido, a Marvel teria perdido os direitos de propriedade intelectual da sua biblioteca. No entanto, a aposta valeu a pena, uma vez que o sucesso de bilheteira de Homem de Ferro permitiu à Marvel dar início a todo o Universo Cinematográfico Marvel (MCU), constituído por filmes e séries interligados.

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