DO PIOR PARA O MELHOR | X MEN & WOLVERINE

Com o sucesso de Deadpool & Wolverine vamos conferir os melhores e os piores filmes dos heróis mutantes.

Por Adilson Carvalho

#1. X MEN 2 (2003). DIR: Bryan Singer. Depois do sucesso do primeiro filme, Bryan Singer ganhou mais controle sobre a sequência, e isso é sentido no roteiro de Dan Harris, Michael Dougherry e David Hayter que faz uma livre adaptação da gráfica.novel O Conflito de uma Raça (God Loves Man Kills) de Chris Claremont e Brent Anderson com o genocídio. Alguns dos melhores cenários de toda a franquia estão nesse filme, incluindo uma maravilhosa sequencia de abertura que mostra Nightcrawler (Alan Cumming) tentando assassinar o presidente, a fuga de Magneto de sua cela na prisão, a sequência em que Pyro (Aaron Stanford) confronta a polícia local e Wolverine se jogando literalmente contra o exército que invade a mansão Xavier, puro quadrinho. O sacrifício de Jean Grey (Famke Jansen) ao final foi o gancho perfeito que serviria para introduzir a saga da Fênix no filme seguinte. Com a ida de Singer para a DC / Warner para dirigir Superman Returns (2005) os planos para o terceiro filme seguiram rumos desastrosos.

#2. XMEN : DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO. DIR: BRYAN SINGER. Com a volta de Singer e o roteiro de Simon Kinberg os mutantes tiveram a adaptação da clássica história de Chris Claremont e John Byrne que foi a justificativa ideal para três objetivos dos produtores: Unir as duas gerações de X Men, corrigir discrepâncias na continuidade causadas pelo péssimo X Men 3 e ainda trouxeram Hugh Jackman / Wolverine para o centro da ação novamente. Os planos iniciais eram diferentes e o diretor Mathew Vaughn, co autor da historia, pensava em usar a hq citada como o 3° filme depois de X Men Primeira Classe (2011). Quando o filme foi lançado, ele foi amplamente aplaudido como um dos melhores filmes de quadrinhos de todos os tempos e, certamente, o melhor dos X-Men.  Embora não seja de fato, é inegavel que o recurso da viagem no tempo funciona para criar um filme de super herói eficiente. Em um futuro sombrio e pós-apocalíptico, os mutantes são caçados e colocados em jaulas por uma nova geração de Sentinelas. Os X-Men sobreviventes usam Kitty Pryde (uma ótima Elliot Page) para enviar Wolverine (Hugh Jackman) de volta no tempo para impedir a criação dos Sentinelas na década de 1970 e acabar com o terror que os futuros X-Men estão sofrendo.

#3. X-MEN: PRIMEIRA CLASSE (2011) DIR: MATTHEW VAUGHN. A produção de X-Men : Primeira Classe foi notoriamente caótica. Matthew Vaughn, a princípio, estava destinado a realizar X-Men : O Confronto Final (2006), mas foi preterido em favor de Brett Ratner. Com a insatisfação gerada pelo filme de Ratner, a Fox decidiu fazer uma prequela que permitiria reformular os personagens, e assim levou a ação para a década de 1960, mais especificamente explicando as origens da dissidência entre Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender). O cenário dos anos 60 permitiria traçar os paralelos entre os líderes dos Direitos Civis da época, tal qual pensara Stan Lee na época da criação dos quadrinhos dos X-Men, com Xavier representando Martin Luther King e Magneto para representar Malcom X. O filme ainda revelou o talento de Jennifer Lawrence como Mística.

#4. LOGAN (2017) DIR: JAMES MANGOLD. Adaptado de Old Man Logan, hq de Mark Millar , o filme funcionou como um canto do cisne de Hugh Jackman, ao menos até então. O futuro distópico de Logan não é, contudo, o mesmo de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, mas ainda assim bruto, cruel, sujo. Logan trabalha como motorista de limusina em El Paso, cuidando do Professor X (Patrick Stewart, na sua melhor interpretação de toda a série), que sofre de demência e que, anos antes, causou um evento psíquico que matou a maioria dos mutantes sobreviventes. Uma pequena rapariga, com o nome de código X-23 (Dafne Keen), vem ter com Wolverine à procura de ajuda. Ele rapidamente se apercebe que ela é o seu clone, dando-lhe algo por que lutar. Trabalhando a partir de um roteiro co-escrito por Scott Frank e Michael Green (que acabou por ser nomeado, incrivelmente, para o Oscar de Melhor Argumento Adaptado), Mangold cria uma realização emocional imponente, completa com um dos melhores planos finais da memória recente (com X-23 a transformar a lápide de Logan de uma cruz num “X”).

5. X-MEN (2000) DIR: BRYAN SINGER. O filme que deu início a tudo, em uma época em que os filmes adaptados de quadrinhos de super-herói ainda não eram a febre que se tornaria. Claro que havia os filmes do Batman, que começaram com Tim Burton, mas os filmes do Superman eram coisa do passado e só existiam curiosidades como Blade, lançado dois anos antes, que pontilhavam a paisagem. Mesmo o Homem-Aranha de Sam Raimi só aconteceria algum tempo depois. Hugh Jackman foi escolhido para o elenco durante a produção porque Dougray Scott, inicialmente escolhido para interpretar Wolverine, estava comprometido com as filmagens de Missão: Impossível 2. Com 104 minutos, o filme introduz a infância de Magneto (Ian McKellan) num campo de internamento durante a Segunda Guerra Mundial, apresenta a mansão de Xavier (Patrick Stewart) no norte de Nova Iorque, onde ensina os mutantes, juntamente com o plano de Magneto de transformar humanos normais em mutantes, além de integrar Wolverine à equipe. Não estaríamos aqui, quase 25 anos depois, falando de X-Men ou curtindo um filme como Deadpool & Wolverine, se o primeiro filme não tivesse tido um impacto tão forte.

#6. WOLVERINE IMORTAL (2013). DIR: JAMES MANGOLD. O segundo filme solo do nosso querido carcaju adaptou a excelente minissérie do personagem escrita por Chris Claremont e desenhada por ninguém mais, ninguém menos que Frank Miller. Escrito por Christopher McQuarrie (Missão Impossível, 5, 6,e,7), o filme falha ao tomar certas liberdades na adaptação, e o resultado morno incomodou o público aficcionado, mas não refletiu na bilheteria de US$ 414.828.246 para um orçamento de US$ 120 milhões. Na história, que dá sequência aos fatos visto em X-Men 3: Confronto Final, Wolverine (Hugh Jackman) a chamado ao Japão por um homem (Hiroyuki Sanada) cuja vida salvou na Segunda Guerra Mundial. O velho promete fazer de Wolverine, assombrado pela morte de Jean Grey (Famke Jensen) , um homem mortal, oferecendo-lhe o doce abraço da morte. Wolverine fica intrigado! Claro que, depois, as coisas correm um pouco mal.

#7. X-MEN : APOCALIPSE (2016). DIR: BRYAN SINGER. O filme é um fracasso tão desconcertante que Oscar Issac (Cavaleiro da Lua), que interpretou o vilão titular, ainda parece perplexo com a experiência todos estes anos depois. Se há uma razão para ver X-Men: Apocalypse, é a sequência em que Mercúrio (Evan Peters) salva o resto dos X-Men – e, na verdade, toda a Escola de Jovens Super dotados de Charles Xavier – enquanto toca a icônica canção Sweet Dreams dos Eurythmics. O filme desperdiça um ótimo vilão, retrato de forma muito caricata.

#8. X-MEN : O CONFRONTO FINAL (2006). DIR; BRETT RATNER. Foi a partir desse filme que as coisas começaram realmente a derrapar. E foram apenas três filmes! O realizador original, Matthew Vaughn, que também trabalhou no roteiro, saiu na última hora , sendo substituído por Brett Ratner, que agora é persona non grata, mas na altura era conhecido como o realizador dos filmes da franquia A Hora do Rush. Ratner desperdiça tudo o que foi construído no filme misturando elementos do arco da cura mutante do título The Astonishing X-Men de Joss Whedon com o épico da saga da Fênix de Chris Claremont e John Byrne. Em vez de nos dar uma história que desenvolvesse a vilania involuntária da entidade Fênix, e que poderia ser resolvida em um quarto filme, o roteiro de Zak Penn e Simon Kinberg mistura tudo sem mostrar um foco narrativo coerente, além de cometer o erro de matar o Professor X (Patrick Stewart) e Ciclope (James Marsden) . Única coisa boa é a presença de Kelsey Grammer como Fera, mas sua função na história se perde ao longo da projeção. Dolorosamente esquecível.

#9. X-MEN : A FÊNIX NEGRA (2019) DIR: SIMON KINBERG. De roteirista a diretor e autor do roteiro desse quarto filme das prequelas iniciadas com X-Men : Primeira Classe (2011), Kinberg teimou em refazer a saga da Fênix Negra, jogando a ação para os anos 90. Resultado pífio que ignora os eventos de X-Men; Confronto Final e mais uma vez falha em adaptar um material extenso que poderia render uma duologia para abordar a luta de Jean Grey (Sophie Turner) com seu lado maligno, incitado pela vilã interpretada por Jessica Chastain. O roteiro não consegue fazer essa transição de heroína a ameaça galática de uma forma coerente e não envolve o espectador como deveria. O final trágico de uma das personagens mais queridas causa revolta em vez de comoção já que compromete a continuidade dos filmes da primeira trilogia.

#10. X-MEN ORIGENS : WOLVERINE (2009) DIR: GAVIN HOOD. Após a trilogia inicial de filmes, a Fox decidiu tentar expandir o universo X-Men. Este seria o primeiro de uma série de filmes X-Men Origens. De fato, havia planos para um filme solo de Magneto entre outros. Um roteiro inicial do cocriador de Game of Thrones, David Benioff, foi fortemente reformulado por Skip Woods, a pedido dos executivos do estúdio. O resultado é um desastre total, que passa rapidamente pela história de Logan (Hugh Jackman), a sua relação com o irmão Dentes-de-Sabre (Liev Schreiber) e a sua transformação em Wolverine. Se acrescentarmos a isso a introdução desajeitada de vários heróis e vilões do universo X, incluindo a introdução de Ryan Reynolds como Deadpool, e se acrescentarmos algum contexto histórico, temos uma grande confusão.

#11. OS NOVOS MUTANTES (2020) DIR: JOSH BOONE. O filme pretendia abrir uma nova leva de histórias X mais focada no terror, mas só conseguiu ser um terror de filme. A aquisição da Fox pela Disney e uma série aparentemente interminável de refilmagens atrasaram o filme até ao final do verão de 2020, uma altura tipicamente maravilhosa para ir ao cinema. Embora o filme parecesse ter muito a seu favor – a direção de Josh Boone, que vinha de A Culpa é das Estrelas, um elenco jovem e estelar liderado por Anya Taylor-Joy (Furiosa: Uma Saga Mad Max) e Charlie Heaton (Stranger Things), – nada deu certo e o filme apresenta um enredo absurdo que envolvia dimensões alternativas, um urso demoníaco e um cenário reduzido que pretendia ser íntimo e claustrofóbico, mas que acabou por parecer barato.

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