Por Adilson Carvalho

A bilheteria de $78.900.000 de Alien – o 8º Passageiro (1979), cerca de seis vezes mais do que seu orçamento original, convenceu a Twentieth Century Fox a continuar a história, mas problemas internos no estúdio atrasaram os planos. Foi um então quase desconhecido James Cameron quem apresentou à Fox um roteiro propondo contar o que teria acontecido com a Tenente Ripley depois de seu traumático encontro com a criatura. Quando Cameron atraiu a atenção da mídia com O Exterminador do Futuro (Terminator) em 1984, a Fox se convenceu entregando-lhe também a direção de Aliens – o Resgate (Aliens) de 1986. A narrativa, contudo, segue caminho inverso: Em vez do suspense claustrofóbico de Ridley Scott, Cameron opta pela ação desenfreada e pelo ritmo vertiginoso, mas souber dar consistência à sua história fazendo da luta de Ripley não apenas uma questão de sobrevivência, mas uma busca por seu instinto materno canalizado através da menina Newt (Carrie Henn). Assim, o diretor fez de Ripley a primeira heroína dos filmes de ação dos anos 80, versão feminina de Rambo, em um conflito que guarda curioso paralelo: Os xenomorfos exterminam os humanos não importando as sofisticadas armas dos soldados, tal qual os vietcongues com os norte-americanos.

A indicação de Sigourney Weaver para o Oscar de Melhor Atriz por este filme foi a primeira de sempre para uma atriz num papel de um filme de “ação de ficção científica” (embora Jane Alexander já tivesse sido nomeada para Melhor Atriz pelo seu papel no drama apocalítico Herança Nuclear (1983), e Melinda Dillon tenha sido nomeada para Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu papel em Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977)). Várias cenas filmadas foram cortadas da edição exibida nos cinemas em 1986, mas incluídas de volta na “edição especial” totalizando dezessete minutos de cenas extras como Ripley discutindo a sua filha com Burke; Ripley é despromovida pela direção; os pais de Newt descobrindo a nave alienígena abandonada em LV-426; uma visita guiada ao Sulaco antes de os fuzileiros acordarem; Hudson gabando-se do seu armamento; Ripley hesitando antes de entrar no complexo da colônia no planeta; sentinelas robóticas repelindo dois ataques alienígenas; os fuzileiros teorizando sobre um líder alienígena como a fonte dos ovos; e Hicks e Ripley trocando nomes próprios. Inclui também uma cena em LV-426 em que uma criança monta uma roda gigante semelhante a de O Exterminador do Futuro (1984), também realizado por James Cameron. Foi eleito o 42º melhor filme de todos os tempos pela Entertainment Weekly, sendo descrito como o “melhor filme de ação pura de todos os tempos“. Esteja de volta aqui até sexta para o terceiro filme.