Por Adilson Carvalho

Sempre gostei muito da franquia Alien, apesar de algumas bolas fora como, por exemplo os dois filmes Alien X Predador. Os dois últimos filmes dirigidos por Ridley Scott foram decepcionantes e a franquia ficou em suspenso com uma vindoura série para streaming que promete expandir a história. Os fãs queriam, no entanto, um filme que recuperasse a essência dos dois primeiros Alien – o 8° Passageiro (1979) e Aliens o Resgate (1986). Fede Alvarez, diretor uruguaio, que se destacou por traz das câmeras em filmes como A Morte do Demônio (2013) e O Homem nas Trevas (2016), conseguiu em parte alcançar esse ponto situando seu filme, o 7° da franquia, entre os eventos do primeiro e do segundo filme. Em vez de Ripley, o protagonismo fica com a jovem Rain ( Cailee Spaeny) e seu androide Andy (David Johnson) com quem desenvolve um sentimento de família. Ambos são chamados por um grupo de mineradores a invadir uma estação espacial, a Romulus do título, para por as mãos em avançados equipamentos da Wayland Corporation, a empresa que vem sendo a grande vila da história. O que encontram é um ninho de xenomorfos. O primeiro terço da história estabelece os personagens e nos conecta aos seus objetivos. Em meia hora somos jogados ao espaço profundo e nos deparamos com o xenomorfo morto por Ripley no primeiro filme, os escombros da Nostromo a deriva e mais a frente a participação mais do que especial de um androide da mesma serie do que apareceu no primeiro filme, recriando o ator Ian Holm por meio de CGI. O problema que senti vem da metade para o final quando Alvarez mantém um ótimo trabalho de direção, usa e abusa do clima de terror mas entrega um mais do mesmo que, se por um lado não prejudica o efeito pretendido, por outro não inova e me fez até lembrar de Alien a Ressurreição (1998), um dos mais fracos da série. Digno de nota, no entanto, o uso de sombras, silêncio e som, cada gota de suor e expressão de medo que faz de Cailee Spaney uma nova protagonista que pode conduzir bem a história de um 8° filme, se este vier é quando vier.
