Por Adilson Carvalho

O astro de Succession, Brian Cox, não é de frear seus pensamentos. Dessa vez, ele está criticando a Marvel e a DC, afirmando que o cinema de super-heróis causou a morte do cinema. Ele não é o único famoso a fazer essa afirmação, mas o que causa curiosidade é o fato dele ter participado da popularização desses filmes com seu papel de vilão em X-Men 2 (2003). O que o ator demonstrou foi que a indústria ficou fora de controle ao tentar lucrar com eles. Conforme relatado pelo The Hollywood Reporter, Cox compartilhou seus pensamentos sobre o estado do cinema ao falar em um painel no Festival Internacional de Cinema de Edimburgo, em sua Escócia natal, expressando sua crença de que a televisão ultrapassou o cinema em termos de qualidade. Cox disse. “Acho que o cinema está em uma situação muito ruim. Acho que ele perdeu seu lugar por causa, em parte, do elemento grandioso entre a Marvel, a DC e tudo isso. E acho que está começando a implodir, na verdade. Estamos meio que perdendo o enredo”. Cox continuou explicando que muitos atores só estão nisso porque estão “ganhando muito dinheiro”, mas que, no final das contas, o que isso está fazendo com a forma de arte é fornecer as “mesmas velhas” histórias repetidas vezes. Ele chegou até a fazer referência ao lançamento mais recente da Marvel, Deadpool & Wolverine. “Então, tornou-se um momento de festa para certos atores fazerem essas coisas”, disse Cox. “Quando você sabe que Hugh Jackman pode fazer um pouco mais, Ryan Reynolds… mas é porque eles seguem esse caminho e é bilheteria. Eles ganham muito dinheiro. Não se pode criticar isso.” Essa não é a única coisa que Cox acha que está errada no estado atual do cinema. Além disso, ele expressou seu desagrado com a tendência atual de diretores de elenco que dependem de autofitas para encontrar novos talentos, uma prática que, segundo Cox, impede que os jovens atores criem “relacionamento” com aqueles para os quais fazem testes. “Agora, eles querem que todo jovem ator ou atriz faça suas próprias fitas. Eles precisam fazê-las sem conhecer ninguém e, às vezes, nem chegam a obter o resultado, porque são ignorados. Eles passam três dias fazendo uma fita de si mesmos, que não leva a lugar nenhum”, disse Cox ao público no Edinburgh Film Festival. Mais tarde, ele acrescentou: “É um sistema terrível, terrível. Eu gostaria que ele parasse. Gostaria que pudéssemos voltar ao relacionamento individual, e é disso que trata a arte. Ela trata de relacionamentos”.