PSICOTICOS NAS TELAS | PEARL

Por Adilson Carvalho

O diretor Ty West disse não considerar Pearl (Mia Goeth) uma vilã, mas a personagem que dá título ao filme, lançado nos cinemas recentemente, é mais uma psicótica que bebe na fonte de inspiração sanguinária de Jason e Michael Myers. O filme é o segundo episódio de uma trilogia iniciada em X – A Marca da Morte (disponível na Prime Video) e que ainda vai render material para o vindouro MaXXXxine. Pearl foi filmado junto com o primeiro filme e nos leva 61 anos atrás para que testemunhemos os fatos que levaram uma jovem sonhadora a se tornar uma impiedosa assassina. Prequelas geralmente não guardam surpresas, já que todos sabemos onde a história vai parar, e com Pearl isto não é diferente. O único ponto que é inegavelmente positivo é a atuação de Mia Goeth, atriz de descendência brasileira, neta da atriz Maria Gladys. Mia atua bem no papel, mas o filme não disfarça as obvias alusões a outros exemplares do gênero, incluindo Psicose. O resultado é uma coleção de clichês. A personagem de Mia Goeth está insatisfeita com sua vida na fazenda e enxerga o mundo dos filmes como a realidade idílica com que tanto sonha. Tendo que viver para cuidar de tudo e ajudar sua mãe Ruth (Tandi Wright) desde que seu pai (Mathew Sunderland) ficou catatônico, Pearl se sente sufocada pela dura realidade, assolada pelos dias da Primeira Guerra, a forma e doenças. Enquanto X – A Marca a Morte era um filme slasher na tradição de O Massacre da Serra Elétrica, esse segundo filme mergulha mais na mente de uma psicótica e nos mecanismos que liberam sua fúria. Ainda assim, nada no filme além de Mia Goeth consegue valer a pena. Disponível no Telecine.

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