Com a estreia de Hellboy & O Homem Torto nos cinemas vamos conferir os quadrinhos que fizeram o personagem tão popular.

Por Adilson Carvalho

O autor Mike Mignola, hoje com 63 anos, é um dos melhores artistas de quadrinhos, tendo passagem pela DC Comics e pela Marvel Comics. Seu namoro com o cinema, no entanto, vem antes que Hellboy, seu personagem fosse adaptado para as telas em 2004. Em 1992, ele foi ilustrador do filme Drácula de Bram Stoker de Francis Ford Coppola. Trabalhou ainda como consultor visual no filme Blade II de Guillermo del Toro em 2002. Hellboy surgiu na imaginação de Mignola num desenho feito por ele na convenção Great Salt Lake Convention de 1991. A primeira história de Hellboy, em preto e branco, foi publicada na revista San Diego Comic Con Comics #2, em agosto de 1993.

Nascido nas profundezas do Inferno, Hellboy é filho de um demônio com uma feiticeira, descoberto pelo Professor Trevor Bruttenholm e soldados Aliados nas ruínas de uma capela nas Ilhas Britânicas em 23 de dezembro de 1944, após ter sido invocado do Inferno por uma ação conjunta de Grigori Rasputin, o monge louco e da Alemanha Nazista, que havia criado o projeto Ragnarok, com o intuito de trazer o apocalipse à terra. Hellboy, todavia, se revela de boa índole. Hellboy possui uma manopla acoplada a sua mão, feita do que aparenta ser pedra sólida. Ela é bem maior e mais grossa do que sua mão esquerda, razão pela qual ele usa a esquerda para atirar com armas de fogo. As histórias de Hellboy são embebidas de influência das histórias de H. P. Lovercraft e visualmente traçadas pela estética do expressionismo alemão. O que, contudo, se destaca na produção das histórias é o controle criativo de Mignola, que nos Estados Unidos publica as histórias pela editora Dark Horse Comics. Mignola tem autonomia para desenvolver suas história seja em contos curtos, arcos maiores ou álbuns. Sua primeira história completa foi Semente da Destruição, publicada originalmente em 1994, e que serviu de base para o filme de 2004. O quadrinho foi co-escrito por John Byrne sendo premiado no ano seguinte com o Eisner Awards.

Outra característica admirável do trabalho de Mignola é não linearidade das publicações. O autor segue um arco, para em seguida voltar no tempo e explorar o passado de Hellboy e mostrar eventos predecessores, mexendo até mesmo nas origens do protagonista como no álbum The Wild Hunt, o nono escrito por Mignola e desenhado por Duncan Fegredo, lançado em 2008. Nele, descobre-se que a mãe de Hellboy era uma bruxa chamada Sarah Hughes, descendente do filho ilegítimo do Rei Arthur e sua meia-irmã, Morgana Le Fey. Assim, Hellboy não é apenas o encontra a Morgana Le Fey que lhe apresenta a espada de Arthur, Excalibur. Com tanto sucesso e criatividade não é de se admirar que o cinema viesse a adaptar as aventuras desse demônio do bem. Amanhã esteja aqui e vamos conferir os filmes já feitos com Hellboy.