HQ TERRITORIO NEUTRO | SPAWN ORIGENS VOLUME 1

Por Leandro “Leo” Banner

Depois de anos sem um título regular no Brasil, eis que SPAWN, O SOLDADO DO INFERNO ressurge no mercado com toda pompa e circunstância nos títulos SPAWN e SPAWN: ORIGENS da editora Panini Comics, atendendo a pedidos de uma legião de fãs que se encontravam órfãos de histórias do personagem desde que a Pixel Media parou de publicar suas aventuras regularmente em novembro de 2008. Enquanto o título SPAWN retoma histórias publicadas originalmente a partir de 2019, SPAWN: ORIGENS tenciona não apenas apresentar o personagem a uma nova geração de leitores, mas também atender a inúmeros pedidos daquela mesma legião de fãs que implorava por republicações das histórias do Soldado do Inferno desde o início, em 1992, quando a Image Comics revolucionou o mercado norte-americano de HQs com SPAWN #1.

Assim sendo, SPAWN: ORIGENS VOLUME 1 reapresenta as primeiras sete edições do título SPAWN, com roteiros e arte de Todd McFarlane, no auge do sucesso depois de sua marcante e emblemática passagem pelos títulos do Homem-Aranha na Marvel. O primeiro arco em quatro partes (originalmente publicado em SPAWN #1-4, de 1992), entitulado QUESTÕES, apresenta o Soldado do Inferno e seu elenco regular de coadjuvantes, com o personagem ressurgindo do pós-vida mergulhado em dúvidas sobre o que lhe acontecera desde o momento de sua morte em 1987 até sua volta ao mundo dos vivos em 1992. O arco tem um ritmo lento mas serve como ponto de partida para as desventuras do tenente-coronel Al Simmons na medida que as lembranças de sua antiga vida e de seu pacto demoníaco vão ressurgindo em sua memória. Em SPAWN #5 temos a “melhor” história do encadernado, em que o herói se depara com a progressão de regime que ocasiona a saída da prisão de um psicopata assassino de crianças chamado Billy Kincaid, enquanto que as edições #6-7 lançam Spawn num conflito contra o ciborgue chamado CHACINA, contratado especificamente pela Máfia para destruí-lo. Oportunidade perfeita tanto para veteranos quanto para novos leitores que desejarem reler e/ou conhecerem o personagem. Não se trata de nenhum primor nem de uma obra-prima, não apenas por se tratar de uma miscelânea de clichês e conceitos já utilizados em outros personagens, mas principalmente pelas limitações de McFarlane como roteirista. O roteiro é ruim, engessado, desnecessariamente verborrágico com inúmeras voltas inúteis que parecem não levar a lugar algum na maioria das vezes. Não obstante, ainda que nesse primeiro momento os exageros pelos quais a Image ficou marcada nessa época ainda não se fizessem tão presentes, tem-se nessas primeiras histórias de Spawn a espetacular arte de Todd McFarlane com sua composição pouco convencional de páginas – muito imitada e levada a extremos posteriormente – a despeito de sua característica limitação narrativa de sempre. A próxima edição melhora um pouco porque roteiristas consagrados dão sua contribuição para o cânone do personagem, incluindo até mesmo uma história INÉDITA no Brasil até então. Mas isso é para outra ocasião.😉 Vale a pena por saudosismo ou por masoquismo, mas, apesar da qualidade (ou falta dela), certamente os fãs do personagem – ou até mesmo quem tem curiosidade de conhecer seus primórdios – merecem a oportunidade de rever e acompanhar esse fenômeno da década de 1990.

Avaliação: 1/5

Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻

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