POLTRONA 6 | APARTAMENTO 7A

Por Adilson Carvalho

A onda de prequelas não poupou o clássico O Bebê de Rosemary (Rosemary’s Baby) de Roman Polanski. Michael Bay produz ao lado de John Krasinski e Allyson Seeger, e mesmo com boas intenções, o roteiro escrito a três mãos por Skylar James, Christian White e pela diretora Natalie Erika James perde força à medida que avança. O início consegue ser eficiente na apresentação dos personagens e gradativamente explora bem o suspense psicológico, ponto até então positivo em produzir uma prequela baseada no livro de Ira Levin que se tornou extremamente icônico no gênero. O filme segue Terry Gionoffrio (Julia Garner), personagem menor no livro de Levin, recriada pelo roteiro como uma jovem e ambiciosa bailarina que sonha em conquistar a fama. No entanto, após sofrer uma terrível lesão no pé, ela é acolhida pelo simpático casal de idosos Minnie Castavet (Dianne Wiest) e Roman (Kevin McNally) – também presentes no livro, e no filme de Polanski interpretados respectivamente por Ruth Gordon e Sidney Blackmer. Terry passa a residir no luxuoso edifício Bramford, e consegue uma segunda chance na carreira ao se envolver com Alan Marchard (Jim Sturgess), um influente produtor da Broadway, mas depois de uma noite misteriosa da qual ela não consegue lembrar completamente, Terry engravida em circunstâncias misteriosas ligadas às forças sobrenaturais que habitam o edifício e que conjuram um grande mal. Basicamente a diretora repete o mesmo caminho de Polanski, o que não será sentido pelo público que nunca viu O Bebê de Rosemary, mas sem a engenhosidade da câmera de Polanski. O terço final apela para os clichês básicos e resolve tudo de forma frustrante para as pretensões de se criar um suspense envolvente. O elenco, por outro lado, está ótimo com Julia Garner transmitindo ingenuidade, medo e desespero em medida certa o suficiente para conduzir a ação. Julia, que havia sido escolhida para interpretar a cantora Madonna no filme que acabou sendo cancelado, sustenta bem o protagonismo com os veteranos Dianne Wiest e Kevin McNally sustentando bem a dose de vilania necessária para assustar sem muito esforço. O resultado geral, no entanto, decepciona e continua me fazendo perguntar “Precisávamos mesmo desse prólogo?“. O FILME ESTÁ DISPONÍVEL NA PARAMOUNT +.

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