MES DO SUPERMAN | O HEROI POR JACK KIRBY

Em 1970 Jack Kirby deixou a Marvel depois de vários desentendimentos e migrou para a rival DC Comics, então sob o comando do diretor editorial Carmine Infantino. Foram quase dois anos negociando um acordo com a DC Comics, até assinar um contrato de três anos com opção de mais dois anos. Na Divina Concorrência ele produziu uma série de títulos interligados sob o apelido de O Quarto Mundo, que incluía uma trilogia de novos títulos : New Gods, Mister Miracle e The Forever People – bem como o já existente Superman’s Pal Jimmy Olsen. O título havia sido criado em meados dos anos 50 devido à imensa popularidade de Jimmy Olsen, vivido por Jack Larson na série As Aventuras do Superman (1952/1958). Kirby escolheu este porque a série estava sem uma equipe criativa estável e ele não queria custar o emprego de ninguém. Como Kirby amava mitologia, os três primeiros títulos seriam o espaço para que o artista pudesse explorar esta paixão já sentida na sua fase no título Thor, da Marvel. Também foi nessas páginas que Kirby criou o vilão Darkseid, um dos mais terríveis adversários do Superman.

A Legião Jovem

A jornada de Kirby no título começou em outubro de 1970 em Superman’s Pal Jimmy Olsen #133. O artista trabalhava com o apoio de Al Plastino e Murphy Anderson sobre o lápis inicial de Kirby. Este explorou muito bem as aventuras de Jimmy Olsen ao lado da Legião Jovem e do herói Guardião, ambos criados por Kirby ao lado de Joe Simon nas páginas de Star-Splanged Comics #7 (Abril de 1942), ao descobrir a existência da Área Selvagem – uma floresta afastada que serve de refúgio para motoqueiros hippies que não aceitam ninguém acima de 30 anos em seu meio. Kirby também criou nesta fase de seus trabalhos o ambicioso empresário Morgan Edge, envolvido com várias atividades ilícitas por trás da fachada de Rede Galáxia de Transmissão, que substitui o Planeta Diário como principal veículo midiático de Metrópolis. Ao mesmo tempo, o Homem de Aço – que aqui é usado como um coadjuvante de luxo – enfrenta a Fábrica do Mal, descobre experiências genéticas de clonagem e vê a ameaça de uma explosão nuclear que pode explodir com Metrópolis. Imagem e narrativa criam uma combinação maestra com os melhores conceitos da ficção científica. Kirby deixou o título em Superman’s Pal Jimmy Olsen #148 (abril de 1972) e acabou voltando para a Marvel, mas isso é outra história. A fase Kirby foi publicada no Brasil pela EBAL nos anos 70, republicada pela editora Abril nos anos 80 (com vários cortes) e muito tempo depois encadernada pela Panini.

Esteja conosco no próximo artigo com Alan Moore escrevendo o homem de aço.

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