Por Adilson Carvalho

Era lógico que o sucesso  as bilheterias dos dois primeiros filmes levasse a um novo filme. No ano de 1983, Christopher Reeve vinha tentando se provar como intérprete em filmes que se distanciassem do estereótipo de Clark Kent / Superman como o escritor apaixonado por Jane Seymour em Em Algum Lugar do Passado (1980) o dramaturgo de segundas intenções de Armadilha Mortal (1983).  Christopher Reeve ameaçou não voltar para esse filme, em protesto contra a demissão de Richard Donner e porque detestou o roteiro. Com o filme já em pré-produção, os produtores se esforçaram para encontrar um ator para interpretar o Superman. John Travolta foi procurado, mas recusou. Jeff Bridges e Kurt Russell também foram considerados, mas não estavam interessados. Alguns dias antes do início das filmagens, os Salkinds escolheram Tony Danza como Clark Kent/Superman. Richard Lester (retornando como diretor  depois de ter assinado o 2° filme) ficou incomodado com a escolha de Danza e implorou para que Reeve voltasse. Existem duas historias não confirmadas aobre o retorno do ator. Uma de que acabou concordando, se lhe fosse permitido alterar o roteiro. Outro é que, quando Reeve descobriu que Danza estava escalado para substituí-lo, ele rapidamente se intimidou, pois presumiu que o filme seria cancelado sem sua participação e, nesse momento, Reeve cedeu. Já Margot Kiddder havia sido uma das que mais se dispuseram com os produtores, os Irmãos Alexander e Ikya Salkind, e teve seu tempo de cena cortado para meros 12 minutos com Lois sendo enviada para um trabalho fora de Metrópolis no começo do filme e retornando só no final.

Como novo interesse romântico para Clark Kent entra a ex namorada de infância Lana Lang, papel dado a Annete O’Toole, que anos mais tarde interpretaria a mãe do Superman na série Smallville (2001/2010). De acordo com Ilya Salkind, uma versão anterior do roteiro incluía a união dos vilões dos quadrinhos Brainiac e Mr. Mxyzptlk e o encontro do Super-Homem com sua prima, Supergirl, o que levaria ao potencial spin-off da Supergirl. Dudley Moore foi indicado para o papel de Mxyzptlk, que era uma versão mais maliciosa do travesso original. No roteiro final Superman enfrenta o industrial bilionário Ross Webster (Robert Vaughn) que se aproveita dos conhecimentos de um prodígio da computação para cometer crimes, o malandro Gus Gorman (Richard Pryor) para cometer vários crimes internacionais, levando à criação de um super computador consciente. O filme quase foi chamado Superman X Superman, mas os produtores de Kramer x Kramer (1979) ficaram incomodados e ameaçaram processar a Warner na época. Fica nítido a intenção dos produtores de se aproveitar da popularidade do ator Richard Pryor para injetar humor em Superman III, o que desagradou Christopher Reeve. O ator teve, no entanto, uma ótima cena em que sob os efeitos de Kryptonita tem seu id e seu super ego divididos em um ferro velho e se enfrentando pelo controle. A cena, a única do filme que agradou ao ator, foi feita filmando Christopher Reeve separadamente (em cada parte) usando substitutos e depois editada em conjunto. Também houve o uso de “tela dividida” quando os rostos de ambos apareceram na mesma tomada.

Não funcionou, no entanto a repetição da vilania representada por Robert Vaugh – Richard Pryor – Pamela Stepheson, repetindo o antagonismo tripo que foi de Lex Luthor – Ottis – Srta Teschmacher, com o acréscimo de Ann Ross no papel de Vera Webster, a irmã dominadora de Ross Webster, que acaba transformada em um híbrido humano-maquina décadas antes da ideia ser usada em Star Trek A Nova Geração na figura dos Borgs. Apesar de ser decepcionante como uma aventura cinematográfica do Superman, o filme fez uma bilheteria mundial de cerca de $80 milhões para um orçamento estimado de $39 milhões. Nada mal para um lançamento espremido entre Star Wars O Retorno de Jedi e 007 Contra Octopussy. Superman certamente voaria mais uma vez. Disponível na MAX.

Volte aqui na sexta para conferir o canto do cisne de Christopher Reeve como Superman no 4º filme.