ISTO É FATO… NÃO FITA! QUANDO O COVARDE SE SAI BEM NA FITA.

Por Paulo Telles

A primeira coisa que se pensa quando nos remetemos aos velhos filmes de faroeste é pensar que a figura do cowboy sempre é protagonizada por mocinhos ou bandidos, mas entre estes há outro tipo de protagonista: o covarde. Podem passar por homens inseguros, as vezes desprezíveis, até chegarem a heróis consagrados. É o caso do personagem de Dean Martin (1917-1995) em Onde Começa o Inferno (Rio Bravo,1959) dirigido por Howard Hawks (1899-1977), como o assistente bêbado e inseguro do xerife vivido por John Wayne (1907-1979). Ou ainda o cowboy feito por Jeffrey Hunter (1926-1969) em Arma para Um Covarde (Gun For a Coward,1957) de Abner Biberman (1909-1977), que tinha medo de pistolas… e cobras! Apesar de todas as limitações, cada um desses prova seu valor ao final da história.

O janota que todo mundo acredita ser um covarde vivido por Stuart Whitman (1928-2020) em Os Comancheros (The Comancheros, 1961), último filme do cineasta Michael Curtiz (1886-1962). E o xerife bêbado e impotente feito por Robert Mitchum (1917-1997) em El-Dorado (El-Dorado, 1967) de Howard Hawks. Mas nenhum deles tem a força do personagem vivido por Glenn Ford (1916-2006) em Sangue Por Sangue (The Man From Alamo, 1953) de Budd Boetticher (1916-2001), considerado desertor e covarde. Como em todo bom faroeste que se preze, ele mostra que não merece essa pecha ao tomar a iniciativa num momento de extremo perigo.

Sem sombra de dúvidas, estes cowboys nos westerns mais renomados tinham tudo para não bancarem os mocinhos, ou mesmo terminar com a mocinha em grande estilo, mas acabaram, de modo ou de outro, mesmo limitados pelo medo, saindo-se bem na fita!!!

São curiosidades que são itens em nossos registros, afinal, Isto é fato… Não Fita!

Paulo Telles é crítico de cinema, escritor e radialista (DRT 21959-RJ) além de colunista e redator do blog Cine Retro Boavista.

https://cineretroboavista.blogspot.com/

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