BASTIDORES | A AMIZADE DE CHRISTOPHER REEVE E ROBIN WILLIAMS

Por Adilson Carvalho

Há quem não sabe, mas Robin Williams (Uma Babá Quase Perfeita, Bom Dia Vietnã) e Christopher Reeve (Superman, Em Algum Lugar do Passado) compartilharam um vínculo muito especial. Os atores, ambos falecidos, tiveram uma forte amizade que durou décadas. Muito antes da morte de Reeve em 2004, aos 52 anos, em decorrência de um acidente a cavalo que o deixou paralisado e dependente de um ventilador para respirar, e antes da morte de Williams em 2014, por suicídio, aos 63 anos, os dois estudaram atuação juntos na Juilliard School de Nova York – e foram até colegas de quarto em 1973, quando se conheceram.

Reeve, nascido em Nova York, estudou teatro na Cornell University antes de ser selecionado entre milhares de candidatos para o programa de atuação de elite. Williams, nascido em Chicago, havia abandonado o Claremont Men’s College para se dedicar à atuação no College of Marin, na Califórnia, e conseguiu uma bolsa de estudos para a Juilliard. Em seu livro de memórias Still Me, de 1998, Reeve relembrou a primeira impressão de seu futuro colega de classe ganhador do Oscar: Williams, escreveu ele, “Robin usava camisas tingidas com calças de agasalho e falava muito por minuto. Eu nunca tinha visto tanta energia contida em uma só pessoa. Ele era como um balão desamarrado que havia sido inflado e imediatamente liberado. Eu o observava com admiração enquanto ele praticamente ricocheteava nas paredes das salas de aula e dos corredores. Dizer que ele estava ‘ligado’ seria um grande eufemismo“.

Os dois atores continuaram amigos enquanto suas respectivas carreiras em Hollywood decolavam; Reeve estourou como Clark Kent, também conhecido como Superman, nas telonas a partir de 1978, enquanto Williams passou do sucesso da comédia stand-up para papéis de sucesso na televisão a partir do papel de alienígena na sitcom Mork & Mindy (1978/1982). Quando Reeve sofreu uma lesão na medula espinhal, em 1995, foi Robin disfarçado de médico quem arrancou um sorriso de Reeve, abatido naturalmente com sua condição. De acordo com o filho de Williams, Zak, o relacionamento da dupla se fortaleceu após o acidente de Reeve. “Foi então que Chris e papai se tornaram uma família, irmãos de outra mãe“, disse ele em um discurso de 2014 no baile de gala anual da Fundação Christopher & Dana Reeve, que continua dedicada à pesquisa de uma cura para lesões na medula espinhal. “O que era incrível no relacionamento deles era a incrível vontade de dedicar tempo para amar, ajudar e apreciar os outros, mesmo quando estavam sofrendo muito“, acrescentou Zak, hoje com 40 anos. “Eles sempre encontravam tempo para dar tudo de si àqueles que precisavam.

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