CLASSICO REVISITADO | O MÁSKARA

por Adilson Carvalho

Imagine que por mágica pudéssemos nos livrar de nossas inibições e, em uma mudança de 180 graus transformássemos nossas vidas mundanas em eventos extraordinários. Esse apelo foi o que impulsionou o público ao assistir O Máskara (1994), que sedimentou a carreira de Jim Carrey no mesmo ano que estrelou Ace Ventura e Debi & Loide. O filme, muito bem dirigido por Chuck Russell, também foi a estreia nas telas da ex-modelo Cameron Diaz, então com 22 anos. Vindo dos quadrinhos, o personagem foi criado por Mike Richardson e editado pela Dark Horse Comics, mas o material original é bem diferente do filme.

Nas hqs originais, Stanley Ipkiss é o primeiro de vários usuários da máscara mágica, que vem de magia vudu, mas no filme foi modificado como um hospedeiro do espírito do deus escandinavo Loki. O tom das histórias é embebido em humor negro com violência explícita. Uma adaptação da hq já era esperada desde 1989, quando o personagem começou a fazer sucesso, mas foi o diretor Chuck Russel (A Hora do Pesadelo 3, A Bolha Assassina), que ao ter acesso ao material fez questão de imprimir um ritmo mais cartunesco, suavizando a violência e o humor negro. Assim somos apresentados ao tímido e desajeitado bancário Stanley Ipkiss (Carrey) transformado em uma criatura de superpoderes, charme e confiança, bem ajustado ao histrionismo de seu intérprete. Chamando a atenção da linda cantora Tina Carlyle (Diaz), namorada de um perigoso mafioso do clube noturno No entanto, ele acaba atraindo também o gângster Dorian (Peter Greene), que tenta se apoderar da máscara para usar seus poderes para o mal.

A parte em que Stanley está sendo perseguido pelos gângsteres e tira a camisinha molhada do bolso e diz: “Sorry wrong pocket” (Desculpe, bolso errado) foi improvisada por Jim Carrey. Este, aliás, improvisou a maior parte de suas falas quando transformado no Máskara. O ator incorporou todos os trejeitos de um personagem de desenho animado, para satisfação do diretor que tempos depois veio a dizer que a elasticidade do ator incorporando o papel economizou muito em efeitos especiais. O papel caiu como uma luva para Jim Carrey, mas chegou a ser considerado para Robin Williams e Mathew Broederick. Muitos anos depois, foi feita a sequência sem graça O Filho do Máskara (2005), sem Jim Carrey e sem Cameron Diaz, e que foi um fracasso de bilheteria. Houve, no entanto, planos para O Máskara II considerando a volta de Carrey e Diaz mas o projeto foi cancelado porque Jim Carrey se recusava a reprisar seu papel. Em 1995 houve uma série animada exibida no Cartoon Network. O filme foi indicado ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais, juntamente com Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994) e True Lies (1994). O filme perdeu para Forrest Gump: O Contador de Histórias (1994). Até hoje os fãs sonham com a volta de Carrey ao papel, e quem sabe ainda venhamos a ter uma sequência legado. Nunca é tarde afinal ! Disponível na MAX.

Deixe um comentário