Por Adilson Carvalho

Beleza e talento inigualáveis fazem de Catherine Fabienne Dorleac uma das atrizes mais renomadas da França. Foi tema da canção Lá belle d’jour em versos que Alceu Valença compôs para narrar um inusitado encontro no qual confundiu a loira Deneuve com a morena Jaqueline Bisset. Equilibrando sucessos comerciais com artísticos, a parisiense Catherine sofre de pavor dos palcos, motivo pelo qual nunca fez teatro. No cinema sua filmografia é extensa e atravessa décadas. Incrível que tenha recusado ser uma bondgiŕl em 1969 quando foi convidada para fazer o papel de Tracy DiVicenzo em 007 A Serviço de sua Majestade, papel que foi oara Diana Rigg. Extremamente reservada em relação à sua vida pessoal, somente os jornalistas de renome têm liberdade para mencionar os pais de seus filhos (Marcello Mastroianni e Roger Vadim, ambos já falecidos, e seu único ex-marido David Bailey, com quem ela passou apenas dois anos antes de se separar em 1967. Seu sobrenome artístico adotou para nao ser confundida com sua irma, a atriz Françoise Dorléac, que morreu tragicamente, aos 25 anos, num acidente automobilístico em 1967. Comemorando hoje os 91 anos desta grande atriz vamos lembrar alguns de seus icônicos momentos em cena.
#1. Justine Morand (Vício & Virtude) 1963. Dirigido por Roger Vadim, primeiro marido de Catherine, o filme se passa na França ocupada em 1944. Juliette (Annie Giradot) é amante do general Wehrmacht Bamberg (O. E. Hasse) e tem uma vida privilegiada. Sua irmã mais nova, Justine (Deneuve), está prestes a se casar com um membro da Resistência, e pede ajuda a Juliette. As duas irmãs acabam na “la Commanderie”, onde Juliette se torna amante do Coronel Schonberg (Robert Hossein) da SS e Justine é detida com outras garotas bonitas que devem satisfazer as necessidades sexuais de oficiais nazistas de alto escalão. Inspirado em “Justine ou les infortunes de la vertu“, do marquês de Sade. Vindo de papéis menores, Catherine passou a ser notada a partir desse filme.

#2. Genevieve Demy. (Os Guardas Chuvas do Amor) 1964. Dirigida por Jacques Demy. Catherine interpreta uma adolescente de 17 anos que ajuda sua mãe a viúva no negócio da família: uma loja de guarda-chuvas elegante, mas pouco lucrativa. Geneviève se apaixoma por um mecânico (Nino Castlenuovo) mas sua mãe acha que ela é muito nova para casar e não vê como Guy pode manter uma família. Ele é convocado para o serviço militar, mas antes de partir Guy e Geneviève fazem amor e ela engravida. Assim ela tem que escolher entre esperar pelo retorno de Guy ou aceitar uma proposta de casamento de Roland Cassard (Marc Michel) comerciante de diamantes, que se propõe a criar o bebê como se fosse seu.

#3. Carole Ledoux (Repulsa ao Sexo) 1965. Suspense dirigido por Roman Polanski traz Catherine como uma manicure tímida, virgem e sexualmente reprimida. É constantemente assediada por um homem apaixonado. Quando sua irmã viaja com o namorado, fica sozinha em casa. Solitária, perturbada e gradativamente alucinada, revela um lado obscuro de seu comportamento, movida pelo sofrimento e por sua repulsa à sexualidade.

#4. Severine Serize (A Bela da Tarde) 1967. Dirigida por Luis Bunuel, seu personagem é uma bela, jovem, rica e frustrada com a vida que tem. Com o marido trabalhando o dia todo a moça resolve trabalhar num discreto prostíbulo todos os dias a tarde, o momento em que pode largar sua vida real e se tornar a Bela da Tarde sem que ninguém saiba. O problema é que os clientes que recebe são pessoas que podem estar tentando fugir da mesma vida vazia que ela.

#5. Miriam Blaylock (Fome de Viver). 1983. Dir: Tony Scott. Contracenando com David Bowie e Susan Sarandon, a atriz francesa interpreta uma vampira egípicia que sobrevive pela eternidade pelo sangue de seus amantes. Depois da morte de seu último companheiro (Bowie), Miriam seduz a Dra Sarah Roberts (Sarandon).
