Por Adilson Carvalho

A franquia cinematográfica criada a partir do livro de David Seltzer foi muito criativa na época de seu lançamento original em 1976, em filme dirigido por Richard Donner. Depois de uma tentativa frustrada de refilmagem em 2006, a diretora Arkasha Stevenson embarca na estratégia de fazer uma prequela com a óbvia intenção de ressuscitar a franquia que conta a história da chegada do Anticristo. O filme chegou aos cinemas em abril último, pouco antes de outro filme com temática parecida, mas inferior, Imaculada. Diferente deste, o filme escrito por Stevenson, Tim Smith e Keith Thomas, a partir de uma história de Ben Jacoby consegue ser mais instigante, embora nem por isso menos clichê para contar a história de uma freira jovem que descobre uma seita secreta dentro de seu convento que pretende trazer o Anticristo à Terra por acreditar que isso criaria uma motivação maior para unir a fé das pessoas no mundo. A personagem de Nell Tiger Free padece da mesma ingenuidade clichê de outras do gênero, mas o que torna A Primeira Profecia algo que vale a pena assistir é a preocupação de fazer a conexão com o filme original, de forma que a prequela acaba servindo de um reboot disfarçado. O esforço é até louvável e cria uma atmosfera de tensão interessante para o gênero, mas não consegue deixar de lado a expectativa obvia e previsível que conduz a um final burocrático, (SEM SPOILERS) mas que não chega a empolgar tanto. A presença de Sônia Braga como a Irmã Silvia é meramente figurativa e não atrapalha nem impulsiona a trama, apesar de seu talento indiscutível. Vale a pena assistí-lo como um bom prólogo para uma trama maior que certamente ainda renderá outro filme. Melhor que Imaculada, o filme de Stevenson arranca susto nenhum, mas consegue desenvolver a tensão necessária para uma possível continuação. Disponível no Disney +.