Por Adilson Carvalho

Leandro Hassum é um dos nossos melhores comediantes, e seus filmes tem sido no geral garantias de diversão na Netflix. Agora indo pelo caminho do “terrir”, chegou à plataforma a pérola Meu Cunhado é um Vampiro; dirigido por Ale McHaddo, diretora, roteirista e produtora audiovisual brasileira que já dirigiu Hassum em Amor Sem Medida (2021). Na história, Fernandinho (Leandro Hassum) é um pai de família, ex-jogador de futebol do Vasco e atual comentarista de podcasts. Ele é surpreendido com a visita de Gregório (Rômulo Arantes Neto), seu cunhado inconveniente e preguiçoso, um verdadeiro sangue-suga não apenas metaforicamente já que ele é um vampiro com a missão de preparar o terreno para uma invasão de mortos vivos sob o comando de Ula Drax, ninguém menos que o próprio Conde Drácula (Edson Celulari). O filme segue as trapalhadas de Fernandinho para proteger sua família : a esposa Vanessa (Monique Alfradique), a filha mais nova Moniquinha (Maria Flor Franco) e a filha adolescente Carol (Mel Maia), esta fruto de seu primeiro casamento com Michelle (Renata Brás).O roteiro de Paulo Cursino (Até que a Sorte nos Separe, O Candidato Honesto e o recente Mussum o Filmis) diverte muito, principalmente pelas falas de Hassum, sua persona na tela provoca gargalhadas constantes, seja com seus comentários irônicos ou seja com suas trapalhadas para combater os vampiros e, claro, evitar de ser mordido. Os efeitos especiais são convincentes com Edson Celulari se transformando em um morcego gigante e atacando Hassum no melhor estilo A Hora do Espanto (1985). Referências a filmes de vampiro não param aí e espere ver Hassum disfarçado de vampiro vestindo o visual de Gary Oldman em Dracula de Bram Stoker (1992) em uma festa que remete a A Dança dos Vampiros (1967). Impressionante, deve se dizer, a semelhança do ator Rômulo Arantes Neto, de 36 anos, com seu pai, o saudoso nadador e ator Rômulo Arantes (1957-2000). Seu timing cômico como cunhado sem noção é mais um acréscimo ao tour de force do elenco, que ainda traz os nomes de Eliezer Motta, Antônio Fragoso e Caio Mendonça. Se por um lado, o filme se mantem na zona de conforto dos clichês, por outro sabe usá-los muito bem para cumprir com sua proposta de diversão.