Poema de Sérgio Cortêz
“Fax”

D.O.S.,
se o D.I.U. pariu pela Internet
um filho de gueixa!
Telefono em vão,
pois seu retrato não desdenha a voz que diz:
eu te amo.
Voz, sussurro a sós:
pelo outro lado imagino um retrato
sem que o colorido
se retrate agora.
A distância encurta o amor infinito
pelos céus aflitos de um monitor:
computador cuja placa-mãe
não condena nada.
Chega pelo fax um retrato teu.
E pela Internet, com ou sem D.O.S.,
eu te amo, enfim.
Do livro “57 Poemas Brasileiros”, 1997.
* * * * *
Visite o Beco da Poesia e conheça o trabalho literário de Sérgio Cortêz.
Acesse: https://bit.ly/2Zyd1cp
