Por Adilson Carvalho

O 22° filme dirigido por Clint Eastwood é até hoje o mais próximo que ele chegou da ficção científica, embora mais pareça um drama encenado com cenas no espaço, o que garantiu sobriedade para tratar do rigor de uma viagem além da atmosfera terrestre. O projeto chegou até Clint que se comprometeu inicialmente apenas em produzir e atuar, mas com a dificuldade em encontrar um diretor interessado, ele decidiu assumir a direção também garantindo a supervisão de uma oficial da NASA para manter a visão realista de uma missão n̈o espaço. Na história, quatro veteranos que foram pioneiros no início do programa espacial são recrutados para consertar, no espaço, um antigo satélite soviético que está com diversos problemas técnicos de funcionamento porque um deles é o único detentor do conhecimento do sistema e programa utilizado no equipamento. O que descomhecem é que o projeto original foi modificado e se torna uma ameaça. Clint volta a contracenar com Donald Sutherland com quem fez Os Guerreiros Pilantras (1970) e com James Garner com quem dividiu cena um um dos episodios da clássica série Maverick (1957). O quarto astronauta da equipe ficou com Tommy Lee Jones – que terá importância enorme ao longo do filme.

Apenas Eastwood e Garner têm idades próximas dos personagens que representam, enquanto Sutherland e, principalmente, Jones são jovens demais para terem sido pilotos de astronautas em 1958, como mencionado no roteiro. Sean Connery e Jack Nicholson haviam sido sondados também mas recusaram os papéis que respectivamente ficaram com Donald Sutherland e James Garner. O roteiro original dizia que a plataforma de armas orbitais IKON era um projeto ultrassecreto da N.A.S.A., mas esta se recusou a cooperar com a produção, a menos que o roteiro fosse alterado para retratar a N.A.S.A. como não tendo nenhum envolvimento na colocação de armas em órbita. O resultado valeu a pena, embora Eastwood não esconda a falta de entusiasmo por uma vida de astronauta, que como o próprio definiu “é claustrofóbica demais“.