Por Adilson Carvalho
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Sua estreia nas telas se deu em Uma Lição de Amor (I Am Sam), aos dois anos de idade levando seu nome para o estrelato infantil. Atualmente, antes da estreia de Um Completo Desconhecido, aguardado filme biográfico de Bob Dylan, ela fala sobre como subverter as expectativas, fugir de sua imagem de princesa – e por que ela poderia ter sido uma tenista profissional. “Tecnicamente, fiz meu primeiro filme quando tinha dois anos”, diz Elle Fanning, o que, aos 26 anos, faz dela uma jovem veterana, já com mais de duas décadas de uma carreira de atriz extremamente bem-sucedida. O clichê das estrelas infantis é que elas inevitavelmente sairão dos trilhos em algum momento, incapazes de lidar com um negócio de entretenimento exigente voltado para adultos, que coloca suas principais estrelas em um pedestal distante e inalcançável, deixando-as sem noção da vida real e sem uma estrutura sólida para sustentá-las. Mas há outros resultados, menos dignos de manchete, para artistas que estão nessa atividade por toda a vida. Algumas estrelas infantis, especialmente aquelas que parecem estar prosperando, podem ser mais parecidas com atletas profissionais, singulares em suas ambições, treinadas e concentradas, mais do que satisfeitas em permanecer no setor que as criou. Nascida na Geórgia em 1998 e foi criada na Califórnia, para onde sua família se mudou quando ela tinha dois anos, para seguir a carreira de atriz de sua irmã mais velha, Dakota. “Minha família é muito sulista, portanto, é a hospitalidade e os modos sulistas”, explica ela. “Minha avó, ou minha mãe, me acompanhava em todos os sets de filmagem para nos manter na linha. Graças a Deus, elas estavam lá conosco.”

Recentemente, Elle brilhou nas três temporadas de The Great, o drama de época obsceno escrito por Tony McNamara, no qual Fanning interpreta Catarina, a Grande. “Foi legal quando fiz The Great porque eu tinha feito Malévola, que era um papel de princesa da Disney tão doce, como a Bela Adormecida. Era por isso que as pessoas me reconheciam, e então ser uma princesa e atrevida, e virar tudo de cabeça para baixo, foi muito divertido.” Mas, a irmã mais nova de Dakota Fanning tem sido tão prolífica que qualquer número de filmes poderia ser considerado sua grande descoberta. Ela tinha 5 anos em A Creche do Papai e 12 anos quando filmou Super 8, o drama de ficção científica retrô de JJ Abrams. “As pessoas costumavam me reconhecer e dizer: ‘Ah, você é Dakota Fanning? Tipo, ‘Não! Essa é a minha irmã’. Mas quando fiz Super 8, elas começaram a dizer: ‘Você é a Elle’, e me reconheciam como eu.” Elle brilhou quando contracenou pela primeira vez com Timothée Chalamet na comédia romântica de Woody Allen de 2019, Um Dia Chuvoso em New York. Juntos novamente em Um Completo Desconhecido, Chalamet se empenha ao máximo em seu papel de Dylan, cantando ao vivo e aperfeiçoando os maneirismos e o sotaque de Dylan. Curiosamente, Fanning contou ao público que, quando tinha 13 anos, escrevia “Bob Dylan” em sua mão com caneta. “Todos os dias, no ensino médio, em letra cursiva”, explica. O diretor Cameron Crowe a apresentou a sua música no set de filmagem de Compramos um Zoológico (2012). “Eu não podia colocar pôsteres em minhas paredes porque tinha um papel de parede florido e minha mãe não queria que eu o estragasse, mas eu tinha um quadro de cortiça e imprimia fotos de Bob Dylan e as colocava no quadro.” Esse não era um comportamento típico em sua escola, onde seus colegas preferiam os Jonas Brothers. “Eu não tinha essas pessoas em minha parede. Eu era obcecada por Marilyn Monroe, Bob Dylan. Eu adorava roupas vintage. Na verdade, elas eram muito legais, mas, sabe como é, não era a coisa normal para se encaixar.” No passado, Fanning se descreveu como uma alma antiga. Ela se parece com uma hoje, em uma camisa com um colarinho tão largo que praticamente alcança os anos 1970. Ela é regularmente lançada fora do tempo, nos anos 60 ou 80, ou até mesmo antes, enfiada em espartilhos, como em The Great, Mary Shelley (2017) ou O Estranho Que Nós Amamos (2017). Certa vez, ela disse que tinha “cara de época”. Em Um Completo Desconhecido, ela interpreta uma pintora que vive em um pequeno apartamento no Greenwich Village, em Nova York, com seu namorado músico folk. O filme se passa no início dos anos 60, portanto não é bem a era hippie, mas os tempos estão mudando. “É uma época intermediária, mas havia muitas possibilidades. Foi lindo entrar naquela época, onde não havia mídia social, nem telefones.”