BATMAN ANIMATED SERIES AINDA É A MELHOR ADAPTAÇÃO DE HERÓI PARA TV

ACS

Qual é o melhor programa de TV de super-heróis? O gorefest satírico The Boys é um sucesso inegável e, em 2024, a Marvel Studios lançou um de seus melhores projetos com X-Men ’97. Mas para muitos outros geeks, a resposta a essa pergunta ainda é o clássico Batman: The Animated Series, o programa de super-heróis mais bem classificado na lista de sites conceituados como o imdb. Batman também é a sexta série animada mais bem avaliada, depois de Avatar: The Last Airbender (que também contou com a voz de Mark Hamill como supervilão), Bluey, Fullmetal Alchemist: Brotherhood, Rick and Morty e Attack on Titan. Criada por Bruce Timm e Eric Radomski, Batman: The Animated Series estreou em 1992 e teve 85 episódios. Ou 109, se você contar que a segunda temporada foi rebatizada The New Batman Adventures. A série deu origem a todo o Universo Animado da DC, e seu filme derivado, Batman: A Máscara do Fantasma, também é um clássico por si só. O mais novo desenho animado do Batman, também criado por Timm e intitulado Batman: Caped Crusader, usa um estilo e uma abordagem de narrativa semelhantes aos de Batman The Animated Series, mas com desenhos de personagens atualizados e um cenário dos anos 1940. Então, por que um mero desenho animado infantil como Batman: The Animated Series ainda é reverenciado mais de 30 anos depois? Será que ele está apenas na fase certa do ciclo da nostalgia? Com certeza, isso faz parte, mas ele também tem uma qualidade artesanal que é rara em desenhos animados de super-heróis feitos antes ou depois. No livro de bastidores Batman: Animated, Timm revela o segredo do sucesso da série: “Não há elos fracos em nossa corrente”, o que significa que os roteiristas da série (desde o produtor Alan Burnett e o prolífico Paul Dini até os roteiristas convidados), os animadores, o elenco de vozes, a compositora Shirley Walker, a diretora de vozes Andrea Romano e outros estavam todos no auge para evitar que Batman fosse ‘apenas mais um desenho animado medíocre’.

Esses criativos tinham paixão pelo material (mas também autoconsciência) e se esforçaram para criar um desenho animado maduro do Batman, quando isso não existia antes. Batman: The Animated Series teve tanta influência do filme noir quanto de Adam West, mas nunca se esqueceu de seu público-alvo, mesmo nos episódios mais pesados. A série era séria, mas não se esforçava para ser séria como alguns projetos menores do Batman. Esse equilíbrio perfeito criou uma série quase perfeita. Batman: The Animated Series é a representação definitiva do Batman e de todos os seus vilões. Essa última parte é muito importante, porque os vilões são uma parte fundamental do que torna essa série tão boa. Quando as pessoas afirmam que o Batman tem a melhor galeria de vilões de todos os super-heróis dos quadrinhos, parte disso se deve ao fato de Batman: The Animated Series ter feito um ótimo trabalho ao destacar todos eles. O Batman de Conroy não era aquele que apenas inspirava medo, mas também aquele que as crianças (ou adultos que o viram pela primeira vez em uma idade mais jovem) podiam admirar e que podia ser vulnerável, como no melhor momento do Batman de Conroy. Alguns destaques especiais incluem “Nothing to Fear”, em que o Batman é assombrado pelo espírito de desaprovação de seu pai, apenas para destruí-lo com uma frase que se tornou imortal: “Eu sou a vingança! Eu sou a noite! Eu sou o Batman!” Em “Perchance To Dream”, Bruce Wayne acorda em um mundo onde ele nunca foi o Batman e seus pais ainda estão vivos. O Batman, normalmente sob controle, fica perplexo e, no final das contas, não consegue negar quando algo é bom demais para ser verdade. Em “I Am The Night” (Eu sou a noite), vemos um raro lado de auto-aversão do Batman, pois ele sente que ainda não fez o suficiente, apesar de toda a sua dedicação e sacrifícios. O episódio duplo “Robin’s Reckoning” é estrelada principalmente pelo ajudante do Menino Prodígio do Batman, que fica cara a cara com o assassino de seus pais, Tony Zucco, mas Batman/Conroy tem um forte papel coadjuvante. Inesquecível sua última fala no episódio, quando ele admite que estava com medo de que Robin pudesse ser morto ao sair correndo atrás de Zucco. Esse Batman até vê a luz nos vilões (bem, na maioria deles). Basta assistir a “Two-Face”, “Baby Doll” ou “Harley’s Holiday”, em que ele conforta uma Miss Quinn semi-reformada, lembrando-a de que todos nós temos dias ruins. “Caras legais como você não deveriam ter dias ruins”, responde uma Harley emocionada. Daí que este é o melhor Batman de todos os tempos. Batman Animated Series está disponível na MAX.

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