CLÁSSICO NACIONAL | A MARVADA CARNE

Por Adilson Carvalho

Fernanda Torres entrou para a história como a primeira atriz brasileira a ganhar um Globo de Ouro de melhor atriz. Cheio de orgulho dessa fantástica intérprete decidi retomar com ela a série Clássico Nacional lembrando os 40 anos da comédia A Marvada Carne, que a atriz protagonizou aos 20 anos. A história mostra as hilariantes aventuras de Carula (Torres), uma garota simples, do interior, que tem um grande sonho na vida: casar-se. E para isso ela se mostra disposta a tudo, incluindo contrair matrimônio com o caipira Quimm (Adilson de Barros). O filme dirigido por André Klotzel ganhou onze prêmios no Festival de Gramado, no mesmo ano em que foi lançado, incluindo Melhor Filme pelo Júri Oficial e pelo Júri Popular e Melhor atriz para Fernanda. O filme também foi selecionado para exibição em Cannes em 1985 consagrando a história original de André Klotzel e Carlos Alberto Soffredini, chamado na época de uma versão rica de Mazzaroppi por abordar o universo do interior, seus costumes e crenças. Foi fundamental para o sucesso do filme a presença e atuação de Fernanda, em seu terceiro trabalho nas telas. Disse na época em entrevista ao Globo “Achei delicioso para uma carioca como eu, entrar assim no universo caipira. Foi feita uma pesquisa de costumes e o filme tem um trabalho perfeito de cenografia, ergueu-se até um bairro caipira para filmar“. Fernanda precisou aprender a falar como uma jovem do interior, o que fez com perfeição. A Marvada Carne veio em um ano bom para a produção cinematográfica nacional, quando tivemos A Hora da Estrela, adaptado da obra de Clarice Lispector, que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim, O Rei do Rio de Fábio Barreto, Rock Estrela de Lael Rodrigues para o público jovem e O Beijo da Mulher Aranha de Hector Babenco com Sonia Braga. Revisto hoje A Marvada Carne mantem seu retrato simpático da vida simples e inocente e faz graça com os estereótipos caipiras de forma divertida, e claro coroando o talento de nossa querida Fernanda Torres, 40 anos antes de sua premiação em Hollywood.

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