Por Leandro “Leo” Banner

O PAPA TERÍVEL, A HISTÓRIA DE JÚLIO II é uma minissérie em quatro edições com o título LE PAPE TERRIBLE, originalmente publicada pela DELCOURT em 2009. Lançada em janeiro de 2024 no Brasil em uma edição encadernada pela CONRAD EDITORA, a história da obra traz uma sequência direta da minissérie BÓRGIA, publicada em abril de 2023 de forma integral pela Editora Pipoca e Nanquim, que já foi objeto de análise neste espaço. (https://cinemacompoesia.wordpress.com/wp-admin/post.php?post=39110&action=edit)
A trama mostra os eventos que transcorreram após a morte do papa Alexandre VI (Rodrigo Bórgia) e as manobras do cardeal Giulianno Della Rovere, valendo-se de meios pouco ortodoxos, lascívia e promiscuidade durante o meteórico papado de PIO III (Francesco Todeschini Piccolomini) para adquirir recursos e meios que lhe garantissem resultado favorável para ser empossado como a maior autoridade da Igreja Católica no Mundo, sendo nomeado PAPA JÚLIO II em novembro de 1503. Mais do que a ambição pelo poder, Júlio II possuía um ultranacionalismo exacerbado, e desejava ver a Itália – então composta por várias Cidades-Estados autônomas – como uma única nação com o clero sob seu comando integrando o governo central. Em razão disso liderou inúmeras batalhas e travou diversas alianças espúrias com nações estrangeiras inimigas, o que lhe garantiu o epíteto de PAPA TERRÍVEL. Objetivando também manter-se no poder e no comando da Igreja Católica, continuou valendo-se de planos e práticas hediondas para manter seu papado. A história continua com roteiros de ALEJANDRO JODOROWSKY que, numa trama fluída e objetiva, se valeu do contexto, personagens e fatos históricos para tecer uma teia de intrigas e batalhas numa narrativa envolvente, mas, certamente, com um número maior de extrapolações do que na história anterior, sobretudo no que se refere ao destino final de JÚLIO II, as circunstâncias de sua morte e consequente fim de seu papado. Entretanto, vale salientar, isso não afeta de forma alguma o prazer da leitura. Infelizmente a baixa mais sentida da equipe artística ficou por conta da ausência de Milo Manara, que não retornou para esta sequência, mas o artista THEO CANESCHI (creditado apenas como THEO), acompanhado por uma competente equipe de colorização, não desaponta nas ilustrações, conseguindo compor boas sequências com seu traço requintado e detalhes hachurados. Não chega a ser aquela história indispensável, mas vale a recomendação pela leitura, pois, não obstante o bom trabalho da CONRAD nesta edição encadernada (com poucos extras que se restringem às biografias dos autores), as obras de ALEJANDRO JODOROWSKY são sempre dignas de atenção.😉
Avaliação: 3,5/5
Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻