NA TELA DA PRIME | BESOURO AZUL

Por Adilson Carvalho

Grandes poderes e grandes responsabilidades tornaram-se palavras fortes que definem o super heroísmo, e são automaticamente associadas ao Homem Aranha. Pois embora elas não sejam ditas em Besouro Azul, elas são sentidas a cada passo que o jovem Jaime Reyes (Xolo Maridueña) segue para controlar o poder para o qual foi escolhido. O filme cumpre seu objetivo de servir de entretenimento fácil e de dar à DC/Warner um produto melhor do que o fracassado filme do Flash ou o decepcionante Shazam – A Fúria dos Deuses. o roteiro é convencional e segue a jornada do herói com Jaime (Maridueña) se tornando um elemento do acaso, procurando um emprego que salve sua família, em grandes problemas financeiros, até receber de Jenny Kord (Bruna Marquezine) um escaravelho azul, uma força de outro mundo que o escolhe como hospedeiro. Sem dúvida, a DC achou aqui o seu Homem Aranha, com direito à uma figura igual a de Tio Ben para Peter Parker, no caso Alberto Reyes (Damián Alcazar). Aliás foi uma feliz decisão do roteiro envolver a família Reyes como parte constante da ação, chegando a ser retratado como o verdadeiro poder do herói. Em várias cenas a mãe Rocio (Elpidia Carrillo), o pai Alberto (Alcazar), a irmã Milagro (Belissa Escobedo), o tio Rudy (George Lopez) – descrito como um Doc Brown mexicano, e principalmente a Nana (Adriana Barraza) roubam a cena sem ferir o protagonismo do carismático Xolo Maridueña, astro da série Cobra Kai. Já nossa querida Bruna Marquezine atua muito bem fazendo de sua Jenny não apenas o interesse romântico de Jaime, mas uma personagem com função na narrativa, capaz de acompanhá-lo na luta contra o tempo para impedir que Victoria Kord (Susan Sarandon) transforme o escaravelho em um arma. Marquezine mostra personalidade e contracena bem diante de uma atriz maravilhosa como Susan Sarandon.

O filme, embora produzido antes da chegada de James Gunn como homem forte do DC Extended Universe, está inserido na reformulação do universo de heróis da DC, e se torna uma grata surpresa em um momento em que o gênero parece desgastado. Se a direção de Angel Manuel Soto se mostra meramente burocrática, não prejudica por outro lado a intenção de fazer do Besouro Azul um personagem interessante apesar de seguir a cartilha de clichês habituais, com um têmpero latino e cheio de referências à cultura latina como a novela Mario do Bairro e ao Chapolin Colorado. Não saia da sala antes do final dos créditos que guarda duas cenas adicionais, uma intermediária que indica o caminho a seguir em um segundo filme e uma segunda meramente cômica. Os fãs das hqs vão gostar da cena em que aparecem os uniformes pertencentes a Dan Garret e Ted Kord, os primeiros a usar o nome Besouro Azul, ou a sequência final com a nave besouro. Tudo bem combinado para um filme que não revoluciona, mas que diverte e ponto.

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