Por Adilson Carvalho

A obra literária de Pierre Boulle é impactante demais e por isso sobrevive a tantas interpretações, adaptações e revisões com seu questionamento sobre a evolução e a hegemonia do homem no planeta. A saga O Planeta dos Macacos teve inicialmente 5 filmes entre 1968 e 1973, uma série de TV em 1974, uma série animada em 1975, remake em 2001 dirigido por Tim Burton, e claro um fantástico reboot que gerou três filmes Planeta dos Macacos : A Origem (2011), Planeta dos Macacos : O confronto (2014) e Planeta dos Macacos : A Guerra (2017), sendo estes dois últimos dirigidos pelo excelente Matt Reeves.

Sete anos depois do último filme da franquia, encerramos a jornada de Cesar (Andy Serkis) que se inseriu na franquia agradando aos fãs do original, mas acrescentando atualidade, relevância nos novos tempos, com isso conquistando uma nova geração de fãs. O roteiro de Josh Friedman, Rick Jaffa e Amanda Silver, aliado à direção segura de Wes Ball (Maze Runner), aponta uma nova direção narrativa sem contradizer nada do que foi mostrado. O filme se passa 300 anos depois dos eventos mostrado em Planeta dos Macacos : A Guerra (2017), na zona sul da Califórnia. No filme o violento Proximus (Kevin Durand) se auto proclama o sucessor de César e começa a escravizar outros grupos para encontrar tecnologia humana, enquanto o jovem chimpanzé Noah (Owen Teague), que viu seu clã ser capturado, embarca em uma viagem para encontrar a liberdade junto à jovem humana Nova (Freya Allan) que pode ser a chave para todos. A residência de Raka (Peter Macon) situa-se por baixo das ruínas do LAX. O clã de Noa reside algures na bacia de Los Angeles. O clã de Proxima Caesar (Kevin Durand) reside perto dos restos da Ponte da Baía de Coronado, perto de San Diego, CA. O observatório está fortemente implícito como sendo o Observatório Griffith, situado em Hollywood Hills. Esta é uma referência à saga do filme original, uma vez que a bacia de Los Angeles é o cenário de Fuga do Planeta dos Macacos, Conquista do Planeta dos Macacos e Batalha pelo Planeta dos Macacos. Os primeiros filmes da “trilogia César” também se passaram em São Francisco e arredores e no vizinho Parque Nacional Muir Woods. Com tantas referências para os fãs, percebe-se o respeito ao que foi desenvolvido antes, e promete fazer mais já que Wes Ball já revelou planos para uma nova trilogia a partir de O reinado, e nos conduzindo à realidade do primeiro filme e à constatação nua e crua que assim como os dinossauros um dia, o homem pode estar costurando seu inevitável fim. O filme está indicado ao Oscar de Melhor Efeitos Visuais.