HISTÓRIAS DO OSCAR | OS DOIS PRÊMIOS DE HILLARY SWANK

Por Adilson Carvalho

Entrava o ano 2000 e Hilary Swank estava em uma situação peculiar. Ela havia ganhado seu primeiro Oscar, por Meninos Não choram (Boys Don’t Cry), tendo recebido a cobiçada estatueta no palco, diante de um público que incluía Jack Nicholson, Diane Keaton e Morgan Freeman. Ela era, segundo todos os relatos, uma estrela, que caiu por terra quando, mais tarde, foi buscar alguns medicamentos e recebeu a seguinte resposta: “Desculpe, você não tem plano de saúde”. A ideia de uma vencedora do Oscar sem plano de saúde parece absurda, mas a atriz, agora com 50 anos declarou “Parece tão óbvio, não é? Estou ganhando um Oscar, sou superfamosa, é tudo glamouroso…”, diz ela. “Mas eu ganhei US$ 3.000 no ano em que fiz Meninos Não Choram, e era preciso ganhar US$ 5.000 para ter direito ao plano de saúde.” Ela fez seu nome interpretando pessoas que desafiam as expectativas e, hoje décadas depois, mesmo longe dos papeis de destaque, vislumbres desses personagens ainda saltam aos olhos sem aviso. Meninos Não Choram conta a história da vida de Brandon Teena, uma mulher que escolhe se passar por homem. Ela começa um caso de amor com uma mãe solteira (Chloe Sevigny) da zona rural de Nebraska e sofre trágicas consequências como resultado da descoberta de sua transexualidade. Swank mantem em seu sorriso generoso, flashes de Brandon Teena, o jovem transgênero que ela retratou com perfeição devastadora em Meninos Não Choram, de Kimberly Peirce. E em seus olhos está Maggie, a garçonete do Missouri que virou boxeadora em Menina de Ouro – pelo qual Swank ganhou seu segundo Oscar. Naquela época, felizmente, ela já tinha plano de saúde.

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