Por Leandro Leo Banner

Edição especial reunindo a minissérie FEUDO DE SANGUE, com seu prelúdio publicado em SPAWN #32, e as demais partes publicadas em BLOOD FEUD #1-4, em 1995, com roteiros de ALAN MOORE, desenhos de TONY DANIEL , arte-final de KEVIN CONRAD e cores de OLYOPTICS, PATRICK MARTIN, ANDY TROY, TODD BROEKER, ELETRIC PICKLE e PHILLIP TIMPER. Um caçador de monstro surge na cidade com o desejo de destruir Spawn, e uma força tarefa é criada na polícia, liderada pelo agente John Sansker, a fim de capturar um suposto vampiro que vem atacando a população. Sam e Twitch integram a equipe e ficam intrigados com a aparência e as atitudes de Sansker, que, tão logo inicia suas atividades no distrito, distribui cartazes alegando que Spawn é o suposto vampiro. Enquanto isso, o Soldado do Inferno vem enfrentando dificuldades para lidar com as alterações sofridas por seu uniforme simbionte (mostradas em SPAWN ORIGENS #5), que parece realmente ser o responsável por ataques a inocentes quando seu hospedeiro adormece. Desesperado com a situação, Al Simmons decide se livrar de sua vestimenta viva enquanto é caçado pela polícia de Nova York. Enquanto isso, desconfiado das atitudes pouco comuns de Sansker, Twitch promove uma investigação não oficial que pode lhe custar muito caro.

Mais uma vez ALAN MOORE retorna ao universo de SPAWN, mas desta vez com um resultado superior ao da minissérie do VIOLADOR, não significando, porém, que seja uma história acima da média, como geralmente são os trabalhos do bruxo de Northampton. Não, é apenas uma história razoável na qual já é possível identificar um pouco mais da qualificada prosa de Moore em alguns momentos, em que ele aproveita para aprimorar e aprofundar alguns detalhes referentes ao simbionte infernal que serve de vestimenta para Al Simmons na Terra, em complemento aos conceitos apresentados em SPAWN #8 (publicada em SPAWN ORIGENS #2, da Panini). A trama é básica e previsível, algo divertido de se ler. A grande decepção, não obstante haver quem goste, é a arte. TONY DANIEL, hoje em dia, é um excelente desenhista, mas nesse seu início de carreira, emulando o chamado “estilo Image”, o traço do desenhista não era dos mais agradáveis. Não chega a ser um total desperdício, pois Daniel sempre foi talentoso, mas para seguir a cartilha em voga na época, provavelmente tinha q abrir mão do talento em detrimento do paroxismo obrigatório em quase toda página. Sua narrativa é boa, embora confusa em alguns momentos, e não é possível dizer até que ponto a arte-final de KEVIN CONRAD contribui para piorar ou melhorar o resultado. A colorização diferenciada das caixas de pensamento de SPAWN e do uniforme simbionte dificultam bastante a leitura porque a cor da fonte utilizada foi a preta, não havendo, portanto, um contraste necessário que pudesse contribuir para um maior conforto na leitura. De qualquer forma, a trama tem alguma relevância pois, no frigir dos ovos, promove uma significativa evolução na relação de Al Simmons com seu traje, ainda que o pano de fundo envolvendo a caça ao suposto vampiro não seja lá grande coisa.
Avaliação: 2,8 /5
Vida longa e próspera e até a próxima!🖖🏻