Por Adilson Carvalho

As premiações sempre trazem momentos especiais, mas a 31ª edição do SAG Awards neste domingo (23/02) foi ainda mais especial ao homenagear a fantástica atriz e ativista Jane Fonda com o 60º Prêmio SAG Life Achievement, o maior tributo do SAG-AFTRA. Seguindo os passos de seu pai, Henry Fonda, a atriz de Barbarella, duas vezes vencedora do Oscar, estreou nas telas em Tall Story, de 1960, depois de passar boa parte do final da década de 1950 trabalhando no teatro. Outros ganhadores recentes do prêmio incluem Barbra Streisand, Sally Field, Helen Mirren, Robert De Niro, Alan Alda, Morgan Freeman e Lily Tomlin, amiga de longa data da estrela. Jane, hoje com 87 anos, foi apresentada por Julia Louis-Dryfus, que elogiou sua vida fantástica dentro e fora das telas, seus mais de 65 anos de trabalho como atriz e a descreveu como uma “potência de talento dramático bruto”.

“Em seu trabalho, assim como em sua vida, ela sempre foi ousada, controversa e definidora”, acrescentou, apontando para momentos como seu papel em Barbarella, sua icônica foto de 1970 e o fato de estar na famosa lista de inimigos do ex-presidente Richard Nixon, que era paranoico. Depois que uma montagem de vídeo de alguns de seus papéis mais impactantes provocou imediatamente uma ovação de pé, Jane, em seu discurso, disse pela primeira vez: “Isso significa o mundo para mim”, disse ela, acrescentando que “teve uma carreira muito estranha“, aposentando-se por 15 anos, retornando aos 65 e tendo alguns de seus maiores sucessos aos 80 anos.

“Não há problema em ser uma pessoa que desabrocha tarde, desde que você não perca a exposição de flores. Eu sou uma pessoa que desabrocha tarde, e este é o show de flores”, observou ela. Fiel à sua natureza, Jane continuou lembrando a plateia e os espectadores da importância de lutar em tempos difíceis e de ameaças à democracia, apontando para o fato de que ela fez seu primeiro filme na época do McCarthismo e da lista negra em Hollywood, que custou a carreira de muitas pessoas.