Por Adilson Carvalho

A Amazon pode ter capturado James Bond, pagando bilhões para obter o controle criativo do superespião, mas um relógio está correndo, o que significa que 007 – ou pelo menos uma versão dele – poderá escapar para o mundo em uma década. O personagem e os enredos das obras literárias originais do criador Ian Fleming serão abertos para uso público na maioria dos países em 2035, aumentando a perspectiva de Bond estrelar histórias rivais de espionagem, comédia ou até mesmo terror no cinema e na TV. Bond faz parte de uma série de heróis de Hollywood com datas de direitos autorais iminentes ou já ultrapassadas – incluindo Winnie the Pooh e Mickey Mouse – provocando uma corrida armamentista de ideias entre aqueles que buscam lucrar com as marcas globais recém-disponibilizadas e os detentores de direitos que criam propriedades intelectuais derivadas que permanecem protegidas. Como a lei de domínio público não é universal, variando de país para país, de acordo com a legislação britânica e europeia, os direitos autorais de criações literárias expiram 70 anos após a morte do autor, e no caso Ian Fleming, o criador de Bond, faleceu em 12 de agosto de 1964. Desde a primeira aparição de Sean Connery em 007 Contra o Satânico Dr. No, em 1962, os 25 filmes da franquia 007 arrecadaram mais de US$ 7 bilhões em todo o mundo. A aquisição da quinta franquia mais valiosa de todos os tempos foi uma das principais motivações para a compra de US$ 8,5 bilhões do estúdio de Hollywood MGM pela Amazon, que detinha os direitos em conjunto com a Eon Productions, em 2021, ano em que 007 Sem tempo Para Morrer, o último filme de Bond chegou aos cinemas.