PERFIL OSCAR | ISABELLA ROSSILINI

Por Adilson Carvalho

Filha da atriz Ingrid Bergman e do cineasta Roberto Rossellini, Isabella Rossilini está indicada ao Oscar desse ano como melhor atriz coadjuvante por seu papel de Conclave. Nascida em 18 de junho de 1952, criada em Roma, Santa Marinella e Paris, a atriz fala inglês, italiano e francês fluentemente, além de possuir dupla cidadania ítalo-americana. Começou a careira como jornalista, na qualidade de correspondente da tevê italiana RAI em Nova York (em uma de suas entrevistas pela emissora, inclusive, conheceu o diretor Martin Scorsese, com quem se casaria no final da década de 1970), Isabella encarou uma carreira de modelo a partir dos 28 anos, na qual fez sucesso durante décadas. Seu principal trabalho nessa área foi de porta-voz e modelo principal dos cosméticos Lancôme, entre 1982 e 1992. O fato de ter permanecido na Lancôme já na idade madura constitui um feito incomparável numa época em que a indústria da beleza valoriza excessivamente a juventude de suas modelos.

Seu primeiro papel nas telas foi ao lado da mãe e de Liza Minelli em Uma Questão de Tempo (1976) quando ainda tinha 24 anos. Em 1979, casou-se com o diretor Martin Scorsese, de quem se divorciou quatro anos depois. Mesmo casada, Isabella teve um envolvimento amoroso com outro diretor, David Lynch, que depois a dirigiu, em 1986, no aclamado Veludo Azul (1986). Oscilando entre trabalhos na Italia e em Hollywood, Isabella esteve no romance Um Toque de Infidelidade (Cousins, 1989) ao lado de Ted Danson e Sean Young ; no drama Coração Selvagem (1990), novamente dirigida por David Lynch ; na comédia de humor negro A Morte Lhe Cai Bem (1992) e no faroeste de Lawrence Kasdan , Wyatt Earp (1994), diversificando sua atuação em vários gêneros. Em 2005, na 29ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo, Isabella esteve presente através de um filme de apenas 17 minutos, carinhosamente chamado Meu Pai Tem 100 Anos, com direção de Guy Maddin. O curta-metragem, escrito e inteiramente interpretado pela atriz, é uma homenagem ao centenário do nascimento de seu pai, Roberto Rossellini (1906 – 1977). Embora indicada e premiada em outros festivais está é a sua primeira indicação ao Oscar.

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