Por Adilson Carvalho

Quando criança meu querido e saudoso irmão era assinante de um sistema de vendas de livros pelo correio (era pré internet) chamado Círculo do Livro. Era um clube em que a cada trimestre o assinante se predisponha a comprar pelo menos um livro de um catálogo extenso que continha desde clássicos da literatura universal até livros mais recentes de autores nacionais. O privilegiado acervo era reunido em uma revista enviada aos assinantes para que a escolha fosse feita. Se você se pergunta por que esse artigo encabeça o título Memorias de um Cinéfilo, saiba que a Revista do Livro trazia em seu formoso texto informações não somente literárias mas também citando as adaptações do referido livro para o cinema, além de paginas dedicadas ao mercado de home video e posters de filmes. Um presentao do tipo “Leia o livro e Veja o filme”. Outro atrativo do Círculo era a qualidade das edições, as capas duras belíssimas e as páginas internas saltavam aos olhos com um primor editorial impressionante. O Círculo do Livro foi fundado a partir de uma parceria entre a editora Abril e a alemã Bertelsmann, está expandindo um sistema já bem sucedido em Portugal e na Espanha. No Brasil, o Círculo do Livro se estendeu de março de 1973 até 2000, tendo tudo seu auge entre aa décadas de 70 e 80. Só em 1983 a editora anunciou um quadro de oitocentos mil sócios espalhados por 2,850 municípios brasileiros. Entre os autores publicados pelo Círculo, muitos dos quais através de acordos firmados com outras editoras que também os editavam, estavam Agatha Christie, Érico Veríssimo, Conan Doyle, Emily Bronte, Irã Levin, Edgar Wallace, Jorge Amado, Machado de Assis, Ian Fleming e muito mais. Uma época que foi marcada pela criação de um mercado leitor-consumidor sem precedentes e que agora batizará a nova página do CinemaComPoesia dedicada a artigos sobre autores e obras inesquecíveis.