HQ TERRITORIO NEUTRO | AGUIA NEGRA

Adilson Carvalho

Hoje esquecido pelo público leitor de quadrinhos, o Águia Negra (Sir Falcon) já foi um dos heróis de quadrinhos mais divertidos editados no Brasil. Criado na Austrália por Peter Chapman, a saga do Águia Negra começa na Idade Média, quando um nobre inglês retorna da guerra e encontra toda sua família morta e seu castelo queimado. Adotando a águia do brasão de sua família como símbolo, ele inicia uma cruzada contra o crime e a injustiça que atravessa gerações. Isso porque sua missão é passada de pai para filho há 600 anos, todos vestidos tal qual um cavaleiro medieval. Por isso, todos pensam tratar-se do mesmo homem, perpetuando a lenda de que o cavaleiro é imortal. Este conceito é o mesmo usado pelo Fantasma (1936) de Lee Falk, com uma identidade secreta sendo herdada hereditariamente. Tanto o Águia Negra como o Fantasma eram publicados na Australia pela Frew Publications. O próprio Peter Chapman também havia escrito histórias do Fantasma, como também do Sombra.

A estreia do justiceiro medieval foi em agosto de 1954, publicada por 44 edições até agosto de 1958. A publicação foi então assumida pela Tricho Publications, que publicou mais onze edições até maio de 1963. No Brasil, o personagem chegou pela RGE, em título próprio de janeiro de 1955 até janeiro de 1968 colecionando um total de 115 edições, a principio bimestralmente passando a mensalmente em fevereiro de 1962. O personagem também ganhou almanaques especiais pela editora Ebal entre 1956 e 1967. Embora relegado ao ostracismo mesmo em sua terra natal, o herói permanece uma memória viva de uma época áurea para os quadrinhos dos aventureiros uniformizados, que mexiam com a imaginação dos leitores, e que bem podiam ser redescobertos pelo público de hoje.

Este texto é dedicado a Cilney Lemos da Rocha, o maior fã brasileiro do Águia Negra.

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