Paulo Telles

Nascido a 17 de março de 1901, em New Haven, Connecticut – Estados Unidos, e vindo de uma família de poucas posses, Alfred Newman foi sem dúvida um dos maiores músicos, compositores e arranjadores do Cinema, uma das grandes expressões que fizeram a grande música da Sétima Arte. Ele tinha um estilo essencialmente lírico, operístico, e expressivo. Seu método de compor era a colocação da atmosfera, a música se contrapondo à ação do filme. Tinha uma reputação de perfeccionista extremo e era obsessivamente autocrítico. Além disso, era fumante compulsivo. Alfred foi uma criança prodígio na idade de oito anos. Ele começou como acompanhante ao piano em um vaudeville, e nas covas de orquestra nas salas de cinema, quando estes ainda exibiam os filmes mudos, e graças ao seu talento nato no piano, ganhou uma bolsa de estúdios. Newman traçou seu caminho até a escalada do sucesso, ao realizar sua primeira orquestra com a idade de dezessete anos, e consequentemente, foi rotulado como o ‘menino maestro‘. Em 1917, dirigiu-se para Nova York, começando a compor na Broadway, e sua primeira composição foi Escândalos de George White.
Por iniciativa de Irving Berlin (1888-1989), que o indicou ao chefe da United Artists, Joseph M. Schenck (1878-1961) , Alfred Newman foi convidado para Hollywood em 1930, com o objetivo de organizar uma composição para a comédia de Berlim Reaching for the Moon (1930). Ele então foi contratado pela United Artists, trabalhando principalmente para Samuel Goldwyn (1874-1979), para um período dede sete anos, entre 1931 a 1938. Produtor Darryl F. Zanuck (1902-1979) se encantou tanto com o trabalho de Newman, que o persuadiu para se juntar a sua recém-formada 20th Century Fox. Seu mandato subsequente na Fox, tanto como compositor e diretor musical, atravessou os anos de 1938 a 1959. Durante este tempo, ele se tornou o mais prodigioso vencedor do Oscar do estúdio. A partir de 1940, até sua partida, ele detinha o título de o maior diretor de música do cinema. Em 1940, Newman assumiu a direção musical da Fox, onde criou o tema de abertura até hoje usado nas aberturas de suas produções. Ali, além de compor, fez a direção musical dos seguintes filmes: A EPOPÉIA DO JAZZ (ALEXANDER REGTIME BAND, 1936); A VIDA É UMA CANÇÃO (TIN PAN ALLEY, 1940); SUA EXCELÊNCIA A EMBAIXATRIZ (CALL ME MADAM, 1953); O REI E EU (THE KING AND I, 1956)

Destacam-se entre suas maiores composições A Marca do Zorro/ The Mark of Zorro (1940), Almas em chamas/Twelve o’ Clock High, a dramática música de apresentação do western de Henry King O Matador/The Gunfighter, e a partitura de O Capitão de Castela/Captain from Castile, de 1952, e O Manto Sagrado/The Robe (1953), a angustiante música que acompanha Cristo carregando a cruz ao Calvário. NO TURBILÃO DE METRÓPOLIS/STREET SCENE/1931 – O MORRO DOS VENTOS UIVANTES/Wuthering Heighst/1939 – GUNGA DIN/Gunga Din/1939 –COMO ERA VERDE MEU VALE/How Green Was My Valley/1942- AS CHAVES DO REINO/THE KEYS OF THE KINGDOM/1944- O FIO DA NAVALHA/The Razor’s Edge/1949- DAVID E BETSABÁ/David and Bethsabá/1951- O MANTO SAGRADO/The Robe/1953- O EGÍPCIO/The Egyptian/1954- SUPLÍCIO DE UMA SAUDADE/Love is a many Splendored Thing/1955- O DIÁRIO DE ANNE FRANK/ The Diary of Anne Frank/1959- A CONQUISTA DO OESTE/How the West was Won/1962- A MAIOR HISTÓRIA DE TODOS OS TEMPOS/ The Greatest Story Ever Told/1965- NEVADA SMITH/1966 Pouco antes de morrer de enfisema, a 17 de fevereiro de 1970, Alfred Newman ainda compôs a trilha de AEROPORTO, seu último trabalho. Enfim, um dos grandes mestres da Música do Cinema que não deve jamais ser esquecido.