Paulo Telles
VICTOR YOUNG (1899 – 1956)

Nascido a 8 de agosto de 1899 (outras fontes citam 1900) em Chicago, Albert Victor Young estudou no conservatório de Varsóvia e viajou pela Europa como violonista com a Filarmônica de Varsóvia. Nos anos de 1920, se tornou um mestre em concertos, e foi maestro de artistas de renome como Al Jolson (1886-1950) nos anos de 1930. Entre seus sucessos estão Who’ s Afraid of the Big Bad Wolf e Mona Lisa. Quando já havia se estabelecido no cinema, sua orquestra acompanhou Judy Garland (1922-1969) em O Mágico de Oz, e em sua famosa canção Over the Rainbow, e Bing Crosby (1904-1977) em Too Ra Loo ra Loo ra no clássico O Bom Pastor, de 1944. O início de compor trilhas sonoras aconteceu, de fato, em 1936, e entre mais de 300 executadas de acordo com sua filmografia (e discografia) , encontram-se as de Por Quem os Sinos Dobram (1943), Rio Grande (1950), Scaramouche (1952), e Os Brutos também Amam/Shane (1953). Seu talento chamou a atenção da Paramount Estúdios, onde foi assinado um contrato de um ano em 1936. Ele trabalhou para o estúdio novamente entre 1940 e 1949, mas, nesta altura, sua reputação tornou-se tão formidável que ele chegou a ser considerado como o maior compositor do cinema em sua época, e atribuiu a maior parte de seu sucesso devido ao seu alto grau de instrução. Sua música sutil é perfeitamente integrada em dramas como Vendaval de Paixões (1942), Alma Negra (1948), e no retumbante clássico do Mestre John Ford (1895-1973) Depois do Vendaval, em 1952. Young compôs para muitos filmes sonoros dirigidos por Cecil B. DeMille (1881-1959), o Papa dos filmes épicos e religiosos de Hollywood, entre os quais se destaca Sansão e Dalila, de 1949 (estrelado por Victor Mature e Hedy Lamarr), onde compôs para obra sacra de DeMille a famosa Canção de Dalila, tema da personagem de Lamarr. Em 1955, o cineasta convidou Young para compor a trilha sonora de Os Dez Mandamentos (1956), contudo a saúde impediu o compositor em aceitar o convite, e em seu lugar entrou o jovem (e revelador!) Elmer Bernstein (1922-2004).
Victor Young detém o recorde de número de indicações ao Oscar recebidas (24 ao todo) antes mesmo de receber um, em definitivo em 1956, pelo delicioso score de A Volta ao Mundo Em 80 Dias (1956). Contudo, Young faleceu a 10 de novembro de 1956, aos 57 anos de idade, de um acidente vascular cerebral, meses antes a premiação que lhe imputou e que foi ganha postumamente. O volume de sua obra e sua popularidade duradoura na música fez garantir a Victor Young sua imortalidade entre as fileiras dos grandes compositores do cinema no século XX.