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Por Adilson Carvalho

Há dez anos Christopher Nolan filmou uma história, que co-escreveu com seu irmão Jonathan sobre uma equipe de exploradores viaja através de um buraco de minhoca no espaço, na tentativa de garantir a sobrevivência da humanidade. As reservas naturais da Terra estão chegando ao fim e um grupo de astronautas recebe a missão de verificar possíveis planetas para receberem a população mundial, possibilitando a continuação da espécie. Cooper (Mathew MacCoughney) é chamado para liderar o grupo e aceita a missão sabendo que pode nunca mais ver os filhos. Ao lado de Amelia (Anne Hathaway), filha do Professor Brand (Michael Caine) e Doyle (Wes Bentley), ele seguirá em busca de um novo lar. A premissa de Interestellar foi concebida pela produtora Lynda Obst e pelo físico teórico Kip Thorne, que haviam colaborado em 1997 no filme Contato (Contact, 1998) e se conheciam desde que Carl Sagan os apresentou. A pesquisa de Thorne concentrou-se em estrelas relativísticas, buracos negros, buracos de minhoca, deformações em tempo e ondas gravitacionais, dando consistência e verossimilhança ao roteiro,, fazendo o diferencial entre outras obras do gênero. Logo no início da pré-produção, o Dr. Kip Thorne estabeleceu duas diretrizes a serem seguidas rigorosamente: nada violaria as leis físicas estabelecidas e todas as especulações selvagens viriam da ciência, e não da mente criativa de um roteirista. O roteirista, produtor e diretor Sir Christopher Nolan aceitou esses termos, desde que não atrapalhassem a produção do filme. No entanto, isso não evitou conflitos; em um determinado momento, Thorne passasse duas semanas convencendo Nolan a desistir de uma ideia sobre viajar mais rápido que a luz. De acordo com a teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, levaria uma quantidade infinita de tempo para cruzar o limiar do horizonte de eventos de um buraco negro, conforme visto por um observador distante. A pessoa que cruzasse o limiar, entretanto, não perceberia nenhuma mudança no fluxo do tempo. Steven Spielberg seria inicialmente o diretor do filme, quando o projeto estava em estágios iniciais por volta de 2006, antes que os irmãos Nolan se interessassem, levando quatro anos para que o roteiro ficasse pronto, sendo filmado e lançado em novembro de 2014. Nolan filmou Interstellar em película cinematográfica 35 mm e IMAX no formato anamórfico, tendo mais cenas rodadas em IMAX que qualquer um dos filmes anteriores de Nolan. Locações práticas foram construídas para minimizar o uso de imagens geradas por computação gráfica além de filmagens na Islândia para se passar pelo planeta que se torna o destino de Cooper. Tanto apuro científico inevitavelmente 2001 – Uma Odisséia no Espaço (1968) de Stanley Kubrick, e ainda encontramos paralelos com The Stand, obra de Stephen King sobre o fim da humanidade. Das 5 categorias do Oscar para o qual foi indicado ganhou a de melhor efeitos visuais. O filme de Nolan impressiona e mantem o interesse em suas 2 horas e 49 minutos de duração, um impacto mais de ciência reflexiva do que meramente ficção, e que o público terá o prazer de rever na Netflix.

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