ADILSON CARVALHO

Durante cerca de 40 anos, até que Gal Gadot assumisse o papel da Mulher Maravilha em Batman x Superman :A Origem da Justiça (2016), a imagem da heroína criada nas hqs por William Moulton Marston era imediatamente associada a Lynda Carter, ex modelo, atriz e cantora que até hoje nos impacta com sua beleza, simpatia, talento e ainda para várias gerações a encarnação definitiva da personagem. Hoje, celebrando seus 74 anos, vamos lembrar da icônica série, exibida no TV Channel Network.

No final dos anos 60, William Dozier, produtor da clássica série Batman (1966-1969), tinha planos para adaptar a Mulher-Maravilha, mas o roteiro era totalmente dissociado das hqs. Diana não era uma princesa da Ilha Paraíso, morava em um apartamento com sua mãe, que sonhava que sua filha de 27 anos insistia em ser uma super heroína em vez de casar e formar uma família. O papel seria vivido por duas atrizes, uma feia como Diana Prince e outra bonita como Mulher Maravilha. O cancelamento de Batman e Besouro Verde fez Dozier desistir do projeto. A atriz Ellie Wood Wallas chegou a gravar um piloto de 5 minutos para um novo projeto, mas não deu certo. Um longa produzido por Douglas Cramer e estrelado pela ex tenista profissional Cathy Lee Crosby trazia a Mulher Maravilha repaginada para os anos 70 com um visual diferente das hqs e tendo Ricardo Montalban (A Ilha da Fantasia) como vilão. O filme feito para TV, exibido no Brasil pela Rede Globo, não deu certo e o projeto foi novamente reformulado com a chegada do roteirista Stanley Ralph Ross. Este decidiu manter o roteiro fiel às suas origens nas hqs e contratou a ex Miss Texas Lynda Carter no longa The New Original Wonder Woman, exibido na TV americana em 7 de novembro de 1975. A série foi aprovada com exibição pela ABC e chegando às telas em 21 de abril de 1976.

Lynda Jean Córdoba, seu nome de batismo, nasceu em 24 de julho de 1951. Aprendeu canto bem cedo e se apresentou em bares e night clubs, entrando para o concurso de Miss Mundo em 1973, quando ainda tinha 22 anos, no qual foi vencedora. Lynda foi recusada inicialmente no teste para Mulher-Maravilha, mas veio a ser selecionada em uma segunda tentativa. A série retratou fielmente a origem das hqs com Diana deixando a Ilha Paraíso para lutar contra a ameaça nazista durante a Segunda Guerra. No mundo dos homens se torna a secretária do Coronel Steve Trevor (Lyle Waggoner), cuja vida salvara no episódio piloto. As histórias colocavam a Mulher Maravilha como uma espécie de super agente, sempre salvando o Coronel Trevor dos nazistas. Ainda nessa primeira temporada, de 14 episódios, aparecem o Coronel Blankenship (Rihard Eastman) e a sercretária dele Etta Candy (Beatrice Colen). Entre os destaques dessa fase estão as participações de John Saxon, o astro cowboy Roy Rogers, Tim O’Connor como o alienígena Andros, enviado para julgar a raça humana durante o conflito mundial, e a estreante Debra Winger como a Garota Maravilha, a irmã mais nova de Diana, que na série foi rebatizada de Drusilla em vez de Donna Troy como nas hqs. A ABC não se demonstrava contente com a série apesar da sua popularidade, e a cancelou em fevereiro de 1977. Douglas Cramer e Stanley Ralph Ross negociaram a ida da série para a CBS a partir da segunda temporada, mas readaptando a história para os anos 70, como reflexo do sucesso de As Panteras (Charlie’s Angels) que trazia três belas detetives em ação. A série foi reintitulada As Novas Aventuras da Mulher Maravilha estreando em setembro de 1977 com Diana assumindo o papel de protetora da raça humana disfarçada como agente do governo ao lado de Steve Trevor Jr (Lyle Waggoner). No começo Trevor e Diana dividiam as missões determinadas por Joe Atkinson (Norman Burton), até que os roteiros foram progressivamente deixando o personagem de Steve Trevor mais de lado, desagradando ao ator, que assumiu o papel de chefe das missões no lugar de Atkinson. Ainda aparecia o robôzinho IRA (Tom Kratochzil), que sabia da identidade secreta da heroína. O sucesso da série levou a uma 3ª e última temporada, totalizando mais 46 episódios, exibidos no Brasil inicialmente pela Globo de depois SBT.

Durante e após a produção da série Lynda Carter estrelou vários filmes como O Anjo & O Marginal (Bobby Jo & THe Outlaw, 1976) e Super Escola de Heróis (Sky High, 2005), além de vários outros para a TV como A Última Canção (The Last Song, 1980), Tensão na Linha (Hotline, 1982) e Rita Hayworth: A Deusa do Amor (Rita Hayworth: The Love Goddess, 1983), cinebiografia da icônica atriz de Gilda (1946). Dividiu a cena com a atriz Lori Anderson na série de curta duração Jogo de Damas (Partners in Crime, 1984) e , em tempos mais recentes teve participação especial nas séries Smallville (2007) e Supergirl (2016-2018). Em Mulher Maravilha 1984 (2020) apareceu como a amazona Asteria na cenas pós crédito como merecida homenagem à atriz que sempre será lembrada por seu sorriso cativante e olhar brilhante que nos convenceu de que a Mulher Maravilha realmente existe !
parabéns pelo artigo
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