ESTREIAS DA SEMANA | 24 DE JULHO

Adilson Carvalho

A Marvel vem dando sinais de fadiga em seus últimos lançamentos, mas pode ser que acertem agora com a nova adaptação do Quarteto Fantástico, a primeira hq criada por Stan Lee e Jack Kirby em 1961 e que iniciou o universo de heróis da editora, muito antes que a Disney a adquirisse. A escolha do elenco foi muito grata com Pedro Pascal e Vanessa Kirby encabeçando o grupo como Sr. Fantástico e Mulher Invisível. Joseph Quinn (o Eddie de Stranger Things) e Ebon Moss Bacharach completam a equipe com carisma suficiente para agradar os fãs mais radicais. O diretor Matt Shankman não revoluciona a já conhecida “fórmula Marvel” mas consegue traduzir para Live action o espírito das historias de Lee e Kirby, em especial a icônica trilogia de Galactus. Lamentavelmente algumas concessões tiveram que ser feitas para que este seja o Quarteto Fantástico oficial do MCU depois de 3 tentativas anteriores  com elenco, diretor e roteirista diferentes. Quarteto Fantástico : Primeiros Passos é um reinício para a Marvel com o pé direito e sementes bem promissoras para conduzir a Vingadores : Doomsday e Vingadores : Guerras Secretas, que segundo rumores pode acabar com um reboot para o MCU. Até lá para os não iniciados, a alienígena Surfista Prateada (Garner) chega à Terra prenunciando a vinda da entidade Galactus (Ineson), que pretende devorar toda a vida no planeta. O Quarteto é a única possibilidade de salvação para todos. Atentem para a participação especial de Alex Hyde White, Jay Underwood, Rebecca Stabb e Michael Bailey Smith, intérprete dos heróis do primeiro filme do Quarteto produzido por Roger Corman mas não lançado em 1994.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (Fantastic Four: First Steps) EUA 25. Dir: Matt Shankman. Com Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn, Ebon Moss Bacharach, Ralph Ineson, Julia Garner, Paul Walter House, John Malkovich.

Ator e cantor francês, Charles Aznavour (1924-2018) compôs cerca de 850 canções, algumas destas em Inglês, como The old fashioned way, She (regravada para a trilha sonora de Um Lugar Chamado Notting Hill), Que c’est triste Venice, La bohême e outras. O Sinatra francês, como era chamado, foi descoberto por Edith Piaf (1915-1963) e se tornou um dos maiores nomes da chanson d’amour. Filho de imigrantes armênios, Charles superou diversas adversidades desde a infância graças a um talento musical impressionante, representado nas telas pelo ator Tahar Rahim, que fez o vilão de Madame Teia (2024), usou a própria voz nas gravações. Como o projeto foi patrocinado por Charles Aznavour quando ele ainda era vivo, Rahim teve acesso à sua família e, para compreender melhor o personagem que Aznavour era, entrevistou sua esposa, sua irmã e seus filhos. Os diretores foram pessoalmente selecionados pelo próprio Charles Aznavour para dirigir seu filme biográfico antes de ele falecer. Como isso aconteceu no dia em que estava marcada a reunião para iniciar a produção, então o projeto foi adiado por um tempo, chegando agora às telas.

Monsieur Aznavour. FR 25. Dir: Mehdi Idir & Grand Corps Malade. Com Tahar Rahim, Bastien Bouillon, Marie-Julie Baup, Camile Moutawakil, Ella Pelegrini. Biopic.

Clássico nacional restaurado e relançado nos cinemas, mistura de documentário e ficção para contar a história de uma jovem garota indígena (Cassia), que vai a Belém com a família para pagar promessa na festa do Sírio Nazaré, mas as adversidades acabam por levá-la à prostituição. Ao conhecer um motorista de caminhão chamado Tião Brasil Grande (Pereio), negociante de madeira, que está maravilhado com o suposto “grande progresso” da Transamazônica, partem para os grandes centros de Rio e São Paulo onde se deparam com a realidade nua e crua da grande rodovia que atravessa a floresta, um cenário de devastação, exploração sexual e violência cometidas em prol do desenvolvimento. Realizado nos anos 70, quando a Transamazônica era a obra faraônica anunciada pelo governo militar, o filme só foi lançado nas telas em 1981, depois de exibido e premiado no Festival de Brasília.

Iracema – Uma Transa Amazônica. Bra 1981. Dir: Orlando Senna & Jorge Bordanzky. Com Edna de Cassia, Paulo Cesar Pereio, Conceição Senna. Drama.

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