Preparando-se para a estreia de Alien: Terra este mês vamos rever filme e filme a assustadora franquia Alien.
Por Adilson Carvalho

Há 45 anos, Ridley Scott mostrou que no espaço ninguém nos ouviria gritar uma vez que o som não se propaga no vácuo. Na sala de cinema foi o grito do público que popularizou a figura de uma criatura xenomorfa como um dos maiores monstros do cinema. A ideia de Dan O’Bannon, roteirizada pelo próprio em conjunto com Richard Shusett, veio a se tornar o primeiro Alien (1979) subentitulado no Brasil “O Oitavo Passageiro”. O’Bannon já havia ensaiado a história de um organismo estranho à bordo de uma nave em Dark Star (1975) de John Carpenter, mas as raízes do filme que Alien se tornaria foram plantadas nos filme B dos anos 50 e 60 em títulos como The Quartemass Experiment /Terror que Mata (1953) e The Thing from Outer Space /O Monstro do Ártico (1951).

O filme dirigido pelo britânico Ridley Scott potencializou o tema bebendo da lição de Spielberg de mostrar pouco e insinuar muito a medida que incitava o público a imaginar como seria sua criatura no final. Não à toa o renomado crítico Roger Ebbert comparou Alien a Tubarão (Jaws), lançado quatro anos antes. A narrativa de Scott começa silenciosa, mas cresce a tensão gradativamente conforme a tripulação da Nostromo (nome que foi retirado de um poema do escritor Joseph Conrad) é eliminada tal qual os personagens de O Vingador Invisivel (Ten Little Indians) de 1945, clássico livro de Agatha Christie. Curiosamente, o personagem de Ripley (Sigourney Weaver) assume o “protagonismo” de forma despretensiosa, lançando a carreira da atriz então já aos 30 anos.

O visual assustador da criatura foi idealizado pelo artista gráfico H.R. Giger (1940 – 2014) que deu ao “xenomorfo” a cabeça alongada e a forma “humanóide”, cujo traje coube ao renomado técnico Carlo Rambaldi (1925-2012), o mesmo responsável por King Kong (1976) e E.T (1982), que ficou com a tarefa de fazer o movimento da criatura e a projeção da mandíbula interna algo aterrador, o que conseguiu fazendo por merecer o Oscar de melhor efeitos visuais. Na era pré-digital coube ao nigeriano Bolaji Bandejo (1953/1992) vestir o traje que lhe deu seu único crédito como ator. A bilheteria de $78.900.000, cerca de seis vezes mais do que seu orçamento original, convenceu a Twentieth Century Fox a continuar a história, mas problemas internos no estúdio atrasaram os planos. Isto já é assunto para o próximo texto na quarta feira (6/8).