Adilson Carvalho

A primeira semana de agosto está bem movimentada com várias estreias no circuito. Confirma abaixo:

Tem sido cada vez mais frequente Hollywood revistar sucessos passados, não importando se muitos anos já se passaram como os 36 anos entre Top Gun e Top Gun Maverick, os 24 anos entre Gladiador e Gladiador II e, por que não Uma Sexta Feira Mais Louca Ainda repetindo a troca de corpos entre Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, e trazendo de volta, além destas, Mark Harmon, Chad Michael Murray, Christina Vidal, Haley Hudson, Rosalind Chao e Lucille Song. Seguindo o clichê de que um raio cai duas vezes no mesmo lugar, a mágica se repete entre Tess (Curtis), Anna (Lohan), e agora também com a filha de Anna, Harper (Julia Butters), e a quase enteada Lily (Sophia Hammons) , todas na mistura. O destaque vai para a estranheza de ver Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis totalmente fora de sua faixa etária na tela. E, caramba, ainda funciona. Foi Jamie Lee Curtis que trouxe Lindsay Lohan de volta à Disney, 18 anos depois que esta fez Eu Sei Quem Me Matou, seu último filme lançado no cinema, em meio à várias polêmicas em que a atriz se envolveu. É uma satisfação ver as atrizes juntas de novo, e ver Lindsay de volta ao destaque que seu talento faz por merecer.
Uma Sexta Feira Mais Louca Ainda (Freakier Friday). EUA 25. Dir: Nisha Ganatra. Com Jamie Lee Curtis, Lindsay Lohan, Mark Harmon, Chad Michael Murray, Christina Vidal, Haley Hudson, Rosalind Chao e Lucille Song, Julia Buthers e Sophia Hammons. Comédia / Fantasia.

Luc Besson (Lucy) reimagina o mito de Drácula com foco na busca pela reencarnação de sua amada Elizabeta (Sidel) morta no século XV, quando o desiludido Vlad (Jones) renúncia a Deus e se transforma em vampiro. Um dos personagens mais adaptados da literatura, Drácula ganha nas mãos de Besson uma produção luxuosa mas nitidamente enraizada no filme Drácula de Bram Stoker (1992) de Francis Ford Coppola, e não na obra literária em si em que não há nenhuma atmosfera de romance. Os fãs da obra notarão inclusive a falta de vários personagens importantes na história de Bram Stoker publicada pela primeira vez em 1897. Isto não significa exatamente demérito para o filme, mas a constatação de que o que vemos é embebido pela subjetividade do diretor e roteirista, e com notável atuação de Jones no papel título.
Drácula – Uma História de Amor Eterno (Drácula – A Love Tale). FR 2025. Dir: Luc Besson. Com Caleb Landry Jones, Zoe Bleu Sidel, Matilda De Angelis, Christoph Waltz, Ewens Abid. Romance.

Escrito, dirigido e co-produzido por Zach Cregger, que manteve seu controle criativo quando fechou com a New Line Cinema depois de negociações seguidas com a Universal e Netflix. O filme conta a história de 17 crianças — todas misteriosamente desaparecidas, exceto Alex (Cary Christopher), da turma escolar de Justine Gandy (Garner). quando acordam simultaneamente, as crianças fogem na escuridão da noite. Justine e o resto da comunidade ficam se perguntando quem ou o que está por trás do desaparecimento das crianças. Julia Garner, a Surfista Prateada de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, parece gostar do gênero já que em um ano já foi vista em Apartamento 7A (2024) e Lobisomem (2025). O filme de Cregger constrói sua atmosfera de suspense em torno de um mistério intrigante trabalhado pelo diretor / roteirista da mesma forma que Noites Brutais (2022), seu filme anterior, mostrando habilidade para trabalhar a expectativa gerada. Com isso Cregger está cotado para assumir o reboot de Resident Evil.
A Hora do Mal (Weapons) EUA 2025. Dir: Zach Cregger. Com Julia Garner, Josh Brolin, Cary Christopher, Alden Ehrenhich, Benedict Wong. Terror.

História de superação centrada na figura de Gal (Cruz), catadora de recicláveis que decide fugir dos abusos do marido Leandro (Seu Jorge) após tentar denunciá-lo e ser ignorada pela polícia. Focada em proteger seus filhos, a mulher abandona a casa, coloca suas duas crianças pequenas, Rihanna e Benin, na carroça e as leva numa jornada pela cidade de São Paulo. Tentando garantir a inocência dos filhos, Gal os faz acreditar que estão vivendo uma grande aventura, mesmo diante de inúmeros sacrifícios e perigos da rua.
A Melhor Mãe do Mundo. Bra 205. Dir: Anna Muylaerte. Com Shirley Cruz, Seu Jorge, Rihanna Barbosa. Drama.

Indicado a Melhor diretor no Festival de Cannes, o filme é centrado na história de Alma Lund (Isabelle Huppert), uma mulher elegante da elite francesa que vem passando por momentos desafiadores desde a prisão de seu companheiro. Se sentindo constantemente sozinha, ela passa a ansiar pelo dia da visita, no entanto, no mesmo lugar ela se depara com Mina Hirti (Hafsia Herzi), jovem, mãe solteira e moradora de um conjunto habitacional de uma cidade a mais de três horas de distância, que também possui um marido presidiário. Quando, por decisão da justiça, ela descobre que não poderá fazer a visita naquele dia, Alma se identifica com a situação e a convida para se hospedar em sua casa naquela noite, iniciando assim, a história de uma amizade inspiradora.
A Prisioneira de Bordeaux (La Prisoniére de Bordeaux) FR 25. Dir: Patricia Mazuy. Com Isabelle Huppert, Hafsie Herzy, William Edimo. Drama.

Animação sobre Norman, um adolescente comprometido com o futuro do planeta, que vem a ganhar três alienígenas pacíficos em seu cérebro. Os extraterrestres, Gus, Sophie e Max, precisam da ajuda de Norman para impedir os planos do vilão intergaláctico Zolthard de destruir o planeta Zirilia e depois claro a Terra. A história fala da preservação do meio ambiente, mas também da improvável amizade entre Norman e os seres do espaço.
Pequenos Invasores (Head Space). EUA 25. Dir: Gerhard Painter e Paul Meyer. Com Bonko Khoza, Zak Hendrikz, Nelisa Ngcobo. Animação.