Por Adilson Carvalho

Com o trágico fim de Ripley em Alien 3 (1992), os produtores precisariam achar uma forma de realizar um quarto filme que apagasse os efeitos do decepcionante terceiro filme. Coube a Joss Whedon, criador da popular série Buffy – A Caça Vampiros (1997) é futuro diretor de Os Vingadores (2012), assinar o roteiro, que a princípio girava em torno do clone da menina Newt (Carrie Henn), de Aliens o Resgate (1986), que alcançaria uma idade maior e que enfrentaria uma nova horda de xenomorfos, em um laboratório das empresas Wayland – grande vila dos filmes da franquia. A Fox temia, no entanto, que a ausência de Sigourney Weaver, que se recusava a voltar ao papel de Ripley, pudesse prejudicar o 4° filme. Uma proposta milionária de cerca de US$ 11 milhões, mesmo valor do orçamento do filme de 1979, trouxe Sigourney de volta e o roteiro de Whedon foi reescrito para que o clone de Ripley assumisse o protagonismo. A mudança no roteiro foi uma das várias modificações no projeto impostos pela Fox como o corte de várias cenas, que só foram posteriormente inseridas no Director’s cut. O diretor francês Jean-Pierre Jeunet (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain) quase não falava inglês na época das filmagens e tinha tradutores no set o tempo todo. Ele queria filmar cenas de ação adicionais usando uma criatura recém-nascida totalmente digital, mas não pôde realizá-la devido a restrições orçamentárias. No corte final, uma criatura recém-nascida em tamanho real pode ser vista em apenas uma cena e quase todas as cenas envolvendo a criatura são animatrônicas. Jeunet realizou, no entanto, uma formidável sequência submarina. O diretor foi a segunda escolha para comandar o filme depois da desistência de David Cronenberg (A Mosca), que afirmou que o alienígena do filme original foi inspirado em elementos de seu próprio filme, Calafrios (1975), e portanto não se sentia à vontade de assumir o posto. Outro que ficou desagradado foi o artista plástico H. R. Giger, que criou o xenomorfo, mas não foi creditado aqui.

No elenco, Wynona Ryder no papel da andróide Call, que a atriz aceitou sem sequer ter lido o roteiro, apenas porque queria muito participar da franquia e trabalhar com Sigourney Weaver. O personagem do Dr. Wren (J. E. Freeman) foi originalmente escrito para Bill Murray, com a intenção de reuni-lo com Sigourney Weaver, sua co-protagonista em Caça-Fantasmas. O filme originalmente terminava com a nave de Ripley e Call aterrissando na Terra, e em seguida as personagens encontrando Paris em ruínas. A cena foi filmada, mas a ideia foi abandonada para o lançamento nos cinemas. Quando Jean-Pierre Jeunet foi convidado a criar uma edição especial do filme, a ideia foi retomada e os efeitos visuais da cena foram finalizados. O desagrado do diretor foi tanto que ele nunca mais fez outro trabalho em Hollywood. Apesar da bilheteria de cerca de US$ 101 milhões, para um orçamento de US$ 70 milhões, a Fox se viu diante de um resultado insatisfatório. Joss Whedon havia escrito um roteiro ambientado na Terra para Alien 5, mas Sigourney Weaver não estava interessada e procurou retornar a história para o planetoide do primeiro filme. Antes que a 20th Century Fox desse sinal verde para Alien vs. Predador, James Cameron estava colaborando no enredo de um quinto filme Alien com outro escritor. Ao saber dos planos da Fox para um crossover, ele parou de trabalhar em seu conceito. A Fox acabou preferindo investir no combate Alien x Predador até que Ridley Scott retomasse à franquia. No próximo artigo falaremos desse retorno prome… tido. Assista Alien A Ressurreição no Disney +.