Adilson Carvalho

A segunda temporada de Pacificador (Peacemaker) continua a atividade de sua antecessora nas cenas pós-créditos. Baseada no primeiro episódio da segunda temporada, intitulado “The Ties That Grind” (Os Laços que Trincam), ela também mantém a ironia bem presente. Em vez dos grandes planos e desenvolvimentos chocantes que o Universo Cinematográfico Marvel tende a disparar em suas provocações, O episódio simplesmente revisita a discussão entre Pacificador (John Cena) e Harcourt (Jennifer Holland) sobre os méritos questionáveis da banda 30 Seconds to Mars, do ator Jared Leto, do Coringa do Universo Estendido da DC. É algo divertido, sem seriedade, e não é novidade; as cenas pós-créditos de Pacificador (Peacemaker) sempre foram momentos passageiros de leveza, que variam de capacetes com sarna às reflexões do Vigilante (Freddie Stroma) sobre patos e ao comportamento estranhamente confiável de Locke (Christopher Heyerdahl). A questão é que essa abordagem não é exclusiva de Pacificador (Peacemaker). As cenas pós-créditos de Superman, de James Gunn, são momentos deliberadamente inúteis, porém divertidos, em que o Superman (David Corenswet) irrita o Senhor Incrível (Edi Gathegi) e passa um tempo na Lua com Krypto. Em vez de criar algo importante, elas apenas humanizam os personagens e talvez ofereçam ao público uma risada extra (o que, honestamente, é muito bom). Afinal, o Universo Cinematográfico Marvel saturou o mercado de super-heróis com constantes provocações de alto risco que efetivamente mantêm o espectador refém se ele quiser ver o desenvolvimento mais recente da trama, que pode ou não resultar em algo. Isso funcionou bem antigamente, mas agora, a sobrecarga é tanta que é difícil se importar. Por isso, a segunda temporada de Pacificador (Peacemaker). é um sinal promissor de que o Universo DC pretende contrariar essa tendência e adotar as cenas pós-créditos como pequenos momentos bônus divertidos, em vez de momentos de suspense importantíssimos.